O delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), Ruy Guilherme Peral, garantiu que todas as ameaças de massacre em escolas, investigados pela DRCI, se tratavam de trotes, ou seja, fake news. A propagação de mensagens e vídeos com ameaças acabaram gerando pânico em boa parcela da população, que ficou apreensiva, inclusive de enviar os filhos para as escolas.
Também foram muitos os relatos de crianças e adolescentes que tiveram medo de ir para as aulas, gerando até mesmo crise de ansiedade nestes jovens que receberam algumas dessas mensagens ou ouviram de outros colegas. Por isso, o delegado reforça de que é muito importante que a população ajude freando a divulgação dos conteúdos que estão circulando.
“Dos casos em que atuamos direta ou indiretamente, 100% eram fake news, de brincadeiras de mau gosto. Somos ponto focal da Operação Integrada Escola Segura, que é nacional, para reprimir este tipo de conduta e estamos identificando quem está se escondendo atrás das telas dos celulares”, frisou Ruy Guilherme ao podcast Conecta Jovem, realizado pela equipe da Secretaria de Estado de Comunicação.
Em um dos casos, um jovem de 18 anos chegou a ser preso por fazer ameaças contra uma escola no interior do estado. Portanto, uma das orientações do delegado, principalmente, para os adultos responsáveis é de que não pulverize esses vídeos ou mensagens. Ao invés de compartilhar com vizinho, amigos, grupos de condomínio, que tomem a medida correta que é denunciar.
“A orientação para as mães, pais e comunidade escolar é que ao receberem vídeos, fotos e mensagens de ameaças ou supostos ataques, que enviem por mensagem para os perfis oficiais da Polícia Civil em Mato Grosso nas redes sociais ou pelo WhatsApp para denúncias 65 99973-4429, além do 197”, explicou.
Conforme o delegado, muitas dessas mensagens, montagens de vídeo e fotos são as mesmas que estão circulando em todo o país. Isso, porque os criminosos pegam alguma imagem e fazem adequações para a realidade mais próxima, compartilhando para causar pânico.
“Aquela ideia de enviarmos essas mensagens para o maior número de pessoas está errada, pois causam o efeito contrário, gerando pânico e tumulto. [...] Precisa frear essa pulverização por causa do efeito contágio e por causa do pânico generalizado. Quem faz essa fake news quer causar pânico, então é preciso evitar este tipo de situação”, explica o delegado.
Ruy, por outro lado, também explica que esse efeito de compartilhamento é causado, em alguns casos, porque as pessoas ainda desconhecem por completo o mundo digital. Não entendem as tecnologias e ferramentas existentes que permitem a manipulação tanto de vídeos, como de áudios, mudança de voz, criação de imagens, adaptação, e acabam enviando para outra pessoa até na tentativa de checar. Porém, este é o método errado.
“Nós vivemos num momento em que as pessoas estão extremamente imersas no meio digital, o acesso aos meios de comunicação são fáceis, mas também não sabem como funciona direito. As pessoas ficam assustadas quando assistem ao vídeo, não conhece, não sabe que tem inteligência artificial para falar o que quiser, a falta de conhecimento de como funciona o meio digital potencializa essa divulgação. ‘Para tentar confirmar vou mandar para colega’, até com a necessidade de checar, mas está fazendo do jeito errado”, afirma, voltando a reforçar a necessidade de realizar as denúncias aos canais oficiais da PJC.
O titular da DRCI também explicou que o trabalho da delegacia especializada está seguindo por três frentes: monitoramento preventivo das redes sociais, vasculhando web para encontrar os autores e perfis que fazem alusão a esses crimes; na repressão, investigando quando identificamos os responsáveis ou recebemos denúncias para responsabilizá-los criminalmente; e no apoio às demais delegacias de Mato Grosso.
