O pequeno expediente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, na manhã desta quarta-feira (24), foi marcado por discussões, bate-boca e troca de acusações entre os parlamentares. O clima esquentou ao ponto de a presidente em exercício, deputada Janaina Riva (MDB), ameaçar encerrar a sessão caso os colegas não parassem com a discussão.
A confusão teve início há dois dias, quando Gilberto Cattani (PL) postou um vídeo nas redes socias em que falava aos eleitores que havia proposto um projeto de lei para criminalizar a invasão de terras. Todavia, a Comissão de Segurança da Casa, composta pelos deputados Dr. João, Wilson Santos (PSD), Elizeu Nascimento (PL), Beto Dois a Um (PSB) e Valmir Moreto (Republicanos) entenderam ser inconstitucional.
“Por incrível que pareça, os deputados não defenderam o projeto e votaram favorável ao relatório pela reprovação. Você que tem esperança de que seja reprimida a invasão de terras, saiba o quanto é difícil defender a propriedade privada em Mato Grosso”, diz trecho do vídeo em que Cattani cita o nome dos parlamentares que compõem a comissão.
Irritado com a fala do colega, Dr. João foi à tribuna e disse que o projeto já havia sido discutido no ano passado e após ser reapresentado neste ano, a comissão entendeu como inconstitucional, haja vista que não é de competência da Assembleia Legislativa tratar sobre Direito Penal, uma competência da União.
Lembrando as origens na agricultura familiar e na defesa do agronegócio, Dr. João pediu respeito ao colega. “O senhor nos comparou a bandidos que apoiam invasão de terras, o senhor tem que ter respeito. Estou aqui há mais de quatro anos e os colegas nunca viram eu faltar com respeito. Eu sou de uma região do agro, da agriculta familiar, o senhor não tem esse direito, o senhor tem que ter ética, eu sou médico e aprendi a ser ético e aprendi aqui na Assembleia com vários deputados. Eu não admito que o senhor faça política baixa, o senhor pode apoiar quem quiser, mas não use nome de colega pra fazer gracinha com seus eleitores. Não use o nome de quatro deputados pra fazer política barata”.
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