Integrante de uma organização criminosa que facilita, mediante pagamento, o ingresso de aparelhos celulares, drogas e itens proibidos em presídio, foi alvo de uma operação deflagrada nesta-feira (23), durante a segunda fase da Operação Suíte. A investigação é comandanda pelo Gaeco Regional de Governador Valadares (MG).
Em Mato Grosso, os agentes do órgão estadual cumpriram dois mandados, sendo um de prisão e o outro de busca e apreensão, na propridade do alvo, localizada na cidade de Curvelândia (280 km de Cuiabá). Foram apreendidos com o suspeito cinco celulares, um notebook, uma Pistola 380, uma carabina 22, três cadernos com anotações, várias folhas de cheques, corrente de ouro, 12 rádios, sendo seis analógicos e seis comunicadores, munições, entre outros itens.
O suspeito preso em Mato Grosso poderá responder pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e tráfico de drogas, praticados por organização criminosa.
De acordo com informações repassadas pelo MP-MT, assim que chegavam à unidade prisional os presos/condenados eram alocados provisoriamente em uma cela conhecida por “Suíte”, onde eram informados sobre como funcionava o “esquema” para ter acesso a aparelhos celulares, celas com sinal de celular, objetos proibidos na unidade etc.
A facilitação para o ingresso dos referidos itens envolvia servidores públicos, presos integrantes de organizações criminosas e presos escolhidos como “faxinas” nos pavilhões.
Segundo o Gaeco-MG, os presos com acesso aos aparelhos continuavam a comandar o tráfico de drogas e crimes violentos nos territórios respectivos e ainda auferiam lucros com aluguéis ou revenda dos itens aos demais presos da unidade prisional.
Entre janeiro de 2020 e novembro de 2021, considerando que durante a maior parte do período a visitação social foi suspensa em razão da pandemia, foram apreendidos 359 (trezentos e cinquenta e nove) aparelhos celulares dentro da unidade prisional da cidade.
Ao todo, foram cumpridos 30 mandados de prisão preventiva e 32 mandados de busca e apreensão, determinados pelo Juízo da Segunda Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares/MG, e foram cumpridos nas seguintes cidades mineiras: Governador Valadares, Frei Inocêncio, Conselheiro Pena, Coronel Fabriciano, Timóteo, Conselheiro Lafaiete, Mateus Leme, Contagem e Carmo do Paranaíba, e em Rio Bananal/ES, Curvelândia/MT e São Paulo/SP.
Houve seis prisões em flagrante delito e três seguem foragidos. A deflagração da operação contou com o apoio da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Corregedoria da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Gaeco/BH, Gaeco/Ipatinga e Gaeco/Patos de Minas, e dos Gaecos dos Estados de São Paulo, Mato Grosso e Espírito Santo, Polícia Militar e Polícia Civil do Estado do Mato Grosso e Polícia Civil do Estado de São Paulo.
Participaram da operação nove promotores de justiça dos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Espírito Santo, 115 policiais militares, sendo quatro destes da 5º Base Regional de Aviação do Estado (5ª Brave), dois policiais civis, quatro policiais penais e dois oficiais de Justiça do Estado de Minas Gerais, um policial civil e sete policiais militares do Estado de Mato Grosso, doze policiais militares do Estado do Espírito Santo, seis policiais civis do Estado de São Paulo.
Com informações do MPE