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Notícias / Política

04/08/2023 às 12:19

BRIGA BAIRRISTA

Representantes de bairro denunciam suposto desvio de cesta básica no Jardim Renascer

O Leiagora conversou com os dois lados dessa briga para tentar entender a situação

Paulo Henrique Fanaia

Representantes de bairro denunciam suposto desvio de cesta básica no Jardim Renascer

Foto: Reprodução

Os representantes da associação dos moradores do bairro Jardim Renascer em Cuiabá estiveram na Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (3) para denunciar um suposto esquema de desvio na distribuição de cestas básicas cometidos pelo ex-presidente da associação. De acordo com os representantes interinos do bairro, o ex-presidente José Carlos da Silva apresentou uma lista de pessoas que haviam recebido as cestas, porém, na prática, nada foi distribuído para os moradores.
 
O Leiagora conversou com o vice-presidente interino da associação, Pedro Aquino. Ele conta que tudo começou quando José Carlos, ainda presidente do bairro, foi flagrado por meio de vídeos nos atos de 8 de janeiro em Brasília depredando o Congresso Nacional. A associação entrou na justiça com um pedido de destituição. O pedido então foi acatado e um novo presidente e vice-presidente foi escolhido.
 
Acontece que, para se defender, José Carlos disse no processo que fazia um bom trabalho no bairro auxiliando na entrega de cestas básicas fornecidas pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc). O ex-presidente chegou a juntar nos autos uma lista com cerca de 160 nomes contendo endereço e telefone das pessoas que haviam recebido as cestas.
 
De acordo com Pedro Aquino, a surpresa veio quando os moradores do bairro tiveram acesso a essa lista e muitos ali disseram que não receberam as cestas. Com medo de represálias, muitos moradores foram ao Ministério Público e denunciaram o ex-presidente. “A lista que foi colocada pelo José Carlos, foi ele que colocou no processo e lá as pessoas olharam: ‘olha, meu nome eu nunca peguei cesta’; ‘eu nunca peguei’”, conta Pedro Aquino.
 
Outra denúncia feita por Pedro, é a de que o Secretário Adjunto de Assuntos Comunitários da Setasc, Édio Martins é conivente com as ações de José Carlos e que ele até o momento não reconheceu a nova presidência interina da associação.
 
“Nos BOs nós estamos dizendo: ‘olha eu quero saber pra onde que foi essa cesta’. Fizemos a denúncia no Ministério Público, nós fizemos na Setasc, comunicamos aos órgãos de governo, as pessoas do governo. Em fevereiro avisamos para o senhor Édio Martins, mas ele falou que não reconhecia essa nova diretoria e não quis nem receber. Agora, o mais grave é que estranhamente no mês de maio, ele foi lá fazer distribuição de cesta básica”, afirma Pedro Aquino.
 
“Nós queremos saber pra onde foram parar essas cestas básicas que é alimento voltados para pessoas de baixa renda”, afirma o vereador Rogério Varanda (MDB) quem convidou os representantes da associação para irem na Câmara. O parlamentar afirma que a situação não passou pela alta cúpula do governo do estado e acredita que nem mesmo a secretária da Setasc tem conhecimento da situação.
 
O que diz o outro lado
 
O Leiagora entrou em contato com o ex-presidente do bairro Jardim Renascer, o senhor José Carlos da Silva para entender o seu lado da história. De acordo com ele, a situação posta por Pedro Aquino e a atual presidente interina do bairro Valdete Rosa são mentiras criadas com a intenção de tomar a presidência da associação. José Carlos alega que não há como desviar cestas básicas, haja vista que a distribuição é toda coordenada pela Setasc.
 
“Não tem como desviar cesta básica porque nós fazemos o pedido conforme o cadastro e quem entrega é a Setasc. É feito um cadastro na associação e esse cadastro é protocolado na Setasc e quando chega o período de receber, a Setasc avisa para que nós possamos comunicar a população e ela vai até o centro comunitário para receber a cesta”, afirma José Carlos.
 
Ele afirma que estava sim no dia 8 de janeiro nos protestos ocorridos em Brasília, mas nega que participou da depredação de órgãos públicos e que nem ao menos chegou a ser preso. Segundo ele, Valdete e Pedro induziram o judiciário a erro, razão pela qual ele foi destituído do cargo. Porém, ele afirma que está tomando as medias judiciais cabíveis para provar as suas alegações.
 
Já o secretário adjunto da assuntos comunitários Édio Martins afirma que as denúncias feitas por Valdete e por Pedro acontecem porque na época em que eles foram nomeados como presidente e vice-presidente da associação, a Ucamb (União Cuiabana de Associação de Moradores de Bairro) presidida por ele, não reconheceu a destituição de José Carlos, pois ainda não haviam sido intimados da decisão judicial.
 
Ele ainda afirma que nunca participou das distribuições das ditas cestas básicas e que apenas acompanha o ato.
 
Em contato com a assessoria de imprensa da Setasc, o órgão afirmou que até o momento não vai se pronunciar sobre o caso. O Leiagora está aberto para qualquer informação oficial.
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