Mesmo com o PSD à frente nas tratativas para a filiação do deputado Eduardo Botelho, caso ele deixe realmente o União Brasil, o Partido Progressista segue sondando o parlamentar, com apoio dos ex-senadores Cidinho Santos e Blairo Maggi. A legenda acredita que pode contribuir mais com a candidatura de Botelho à Prefeitura de Cuiabá em 2024, uma vez que, na migração para o PSD, Botelho se colocará no grupo de oposição ao governador Mauro Mendes (União), o que pode implicar em restrições nas alianças partidárias. Por isso, o PP se vê com alguma vantagem ao possibilitar um arco de alianças maior, sobretudo no segundo turno.
"Há uma conversa nos bastidores e o Botelho está sendo disputado por vários partidos, tem o PSD que fez o convite oficial, mas o Progressista entende que ele teria uma facilidade muito grande em construir uma aliança em torno do PP. Somos um partido bem articulado em Brasília e aqui em Mato Grosso não temos restrições a nenhum outro partido, somos da base do governador Mauro Mendes, que não tem restrições ao PP. Então, acredito que é mais fácil criar um cenário de eleição do Botelho dentro do Progressista", avaliou o deputado Paulo Araújo, presidente do PP em Mato Grosso.
Apesar disso, ele reconhece que o nome do presidente da Assembleia está inserido dentro de vários cenários, inclusive o que prevê a permanência de Botelho no União.
Para isso, contudo, o embate interno entre Botelho e o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, precisa ser mediado pelo núcleo duro da legenda. Fábio tem a preferência de Mauro. "O governador gosta do Botelho, tem uma boa relação e tem tudo para superar essas questões, com o Botelho permanecendo no partido. Não tem um cenário horrível na relação entre Botelho e Mauro dentro do União Brasil", assegura.
A proposta do PP já foi conversada diretamente com Botelho recentemente, segundo Paulo Araújo. Ele conta que deixou clara a avaliação dos membros do partido, Cidinho e Blairo. "Conversei com eles antes de fazer o convite e todo mundo quer o Botelho, Cidinho quer e o Blairo, mesmo afastado, acha que ele reúne as condições para ser prefeito de Cuiabá.
"O PP não tem problema nenhum em apoiar o candidato do União ou do PSD. Agora, estou fazendo uma análise técnica: temos de um lado o ministro da Agricultura Carlos Fávaro, que faz oposição ao governo, temos aí uma briga política de partidos. Vamos discutir esses cenários até eles se consolidarem. Eu acho que o Botelho se filiando ao Progressista ele tem condições de alavancar uma candidatura mais consolidada, com menos restrições, tendo o apoio de outros partidos. No PP ele terá uma flexibilidade muito grande de arregimentar apoio para sua eleição, inclusive no segundo turno".
