Carlos Alberto Gomes Bezerra, autor da execução da ex-mulher Thays Machado e do seu namorado, Willian Cesar Moreno, em janeiro de 2023, voltou à prisão nesta quarta-feira (28), por descumprir medidas cautelares impostas pela Justiça de Mato Grosso. O réu teria ‘furado’ o regime domiciliar realizando diversos deslocamentos não autorizados, inclusive em supermercados na Capital.
A revogação da prisão domiciliar foi determinada pela juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa, da Primeira Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, na manhã desta quarta-feira (28).
O documento revela que a prisão preventiva foi decretada, em razão de Bezerra não ter comprovado a extrema debilidade, resultante de doença grave, bem como o descumprimento das cautelares impostas.
Dois pedidos de revogação da prisão do réu foram solicitados pelo Ministério Público neste mês. Um deles foi por conta da não comprovação da debilidade e o outro apontou que Carlo fez diversos deslocamentos não autorizados, inclusive compareceu a supermercados rodeado por seguranças armados.
Na decisão, a juíza destaca que esse comportamento de Bezerra desrespeitando a cautelar de recolhimento domiciliar, externa seu completo desprezo pelas decisões da Justiça, e que as medidas deferidas, são inócuas para conter seu espírito transgressor.
“Dessa forma, é certo que a inobservância no cumprimento de medidas cautelares mais brandas enseja a ocorrência de um dos fundamentos para a prisão preventiva, qual seja, o periculum libertatis, que por sua vez, configura-se na sensação de impunidade que o denunciado ostentou possuir, praticando crimes bárbaros (um feminicídio e um homicídio qualificado), em plena tarde de um dia de semana, perto de uma avenida movimentada, na porta de prédio residencial no qual reside a mãe de uma das vítimas, desferindo diversos tiros que, inclusive, poderiam ter atingidos outras pessoas, além da demonstração de desprezo pela vida das vítimas e descumprindo as medidas cautelares impostas pelo juízo”, diz trecho da decisão.
A magistrada ainda aponta que o delito praticado abalou severamente a ordem pública, não só pela crueldade como também pela sensação de impunidade transmitida para a sociedade.
“Assim, fica demonstrado que a liberdade do denunciado continua a representar grande risco para a garantia da ordem pública e a aplicação da lei penal, sendo certo que, neste caso, a manutenção de medidas diversas da prisão não se mostram suficientes para a garantia pretendida”, ressaltou.
Diante do tal desprezo com a Justiça, Ana Graziela, decretou a revogação do regime domiciliar e determinou a prisão preventiva do algoz. Bem como determinou que o mesmo seja encaminhado a uma das unidades prisionais da Capital.
“Tendo em vista a necessidade do requerido de cuidados à saúde, DETERMINO que o mesmo seja encaminhado a uma das unidades prisionais desta capital (PCE ou Ahmenon), a fim de facilitar a promoção da devida prestação de atendimento e cuidados médicos/ambulatoriais e hospitalares que o mesmo necessita”, finalizou.
Antes de ser encaminhado para o presídio, Carlinhos foi levado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Confira abaixo o momento da prisão:
*Atualizada às 11h35, para incluir informações da decisão
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