As famílias que foram retiradas da área na região do Contorno Leste, em Cuiabá, na segunda-feira (11) durante um processo de reintegração de posse, lotam as galerias da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (13). Com cartazes, eles pedem moradia para as cerca de 900 famílias desabrigadas.
O presidente da Assembleia, deputado Eduardo Botelho (União), classifica a situação como um ‘problema público’.
“Já tem quanto tempo esse pessoal lá? Não pode, tem mais de 5 anos, lá já tem tudo construído, lá tem quase mil famílias hoje. Então hoje virou um problema público. Não pode deixar. A prefeitura tem que agir prontamente, quando tiver algo assim, tem que o estado, a prefeitura tem que ter uma atuação rápida”, lamentou.
Botelho afirmou que busca um solução com o governador Mauro Mendes, mas que o gestor já sinalizou que não é favorável à compra da área.
“Eu acho que tem que ser construído agora um projeto para que abrigue essas pessoas. Pode até não ser na própria área, mas que haja um projeto. [...] Acabei de sair de uma reunião do Palácio agora falando sobre isso com o secretário da Casa Civil e com o governador. Ele disse que está pronto para sentar, pronto para ajudar a resolver o problema. Ele não é favorável a comprar a área, mas é favorável alocar uma área do Estado, que o Estado tem, para que possa vir recurso e construir para abrigar essas pessoas. Então, são discussões que nós temos que começar a fazer agora para resolver o problema, mas é dentro da lei e da ordem”, finalizou.
Negociação
O deputado Wilson Santos (PSD), que acompanhou o processo de desocupação, anunciou que negocia a aquisição do terreno por parte do Governo do Estado para construção de moradias definitivas.
“Estamos trabalhando para que os governos tomem providências; desapropriando a área a partir da compra do proprietário, ou por interesse social”, disse em sua rede social.
Ainda na segunda-feira (11), o parlamentar participou de uma mesa de negociação com o também deputado Valdir Barranco (PT), representantes do MTPar, a ex-deputada federal Professora Rosa Neide, e o vice-governador Otaviano Pivetta, além do dono a área ocupada.
A área de 16 hectares, identificada como "Loteamento Bom Jesus" (Brasil 21), é da Ávida Construtora e Incorporadora S.A, e está ocupada há cerca de 14 meses por quase mil famílias.
O mandado foi expedido pelo Poder Judiciário de Mato Grosso por meio da 2ª Vara Cível Especializada em Direito Agrário. No documento, a Polícia Militar chegou a solicitar a requisição da Assistência Social do município, para assegurar a realocação das pessoas.
