Famílias que foram retiradas do assentamento Brasil 21, localizado na região do Contorno Leste em Cuiabá, saíram correndo da Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira (13). Eles estavam na Casa de Leis protestando por moradia quando receberam a informação que as casas construídas no local estavam sendo destruídas.
"Estão descumprindo ordem judicial, porque não foi julgado o mérito ainda. Estão cometendo arbitrariedade com o pobre, oprimindo e nós estamos sendo massacrados dessa forma. Estamos nos sentindo desprotegidos, quem que pode fazer por nós, se para quem nós votamos para nos defender são os mesmos que nos oprime. Manda máquina para derrubar sem mesmo antes de ser julgado o mérito. Estamos há 1 ano e 3 meses dentro dessa área. Muita gente tirou dinheiro do bolso, muitas vezes até deixou de comer para construir e agora está acontecendo isso. Olha o tanto de pessoas que estão chorando enquanto estão aqui dentro do plenário, após ficarem sabendo que suas casas estão sendo destruídas", disse um morador.
O fato movimentou a sessão ordinária desta quarta-feira (13) e uma Comissão de parlamentares foi montada para tentar impedir a continuidade da demolição. O grupo é formado pelos deputados estaduais Wilson Santos (PSD), Valdir Barranco (PT), Gilberto Cattani (PL), Elizeu Nascimento (PL) e o líder do governo, Dilmar Dal Bosco (União).
“Na sexta faremos uma visita a uma área do governo. O secretário Fabio já está mobilizado para isso. Essa área poderá recepcionar o pessoal do Brasil 21. Agora, nós precisamos impedir essa demolição, tem gente que fez empréstimo para construir o seu Barraco. Vamos fazer essa comissão e ir até o Governo pedir para que suspenda a demolição desses barracos até a gente fechas o entendimento”, colocou Wilson Santos.
Já Barranco ressalta que, como se trata de uma reintegração de posse, que foi determinada via liminar, a demolição é ilegal.
“A decisão é liminar, ou seja, tem caráter provisório e pode ser modificada no decorrer do processo. A ministra Carmem Lucia deixa isso claro. Por isso, não é para demolir nenhuma habitação. Portanto, vamos pedir a prisão de quem demolir”, completou o petista.
Diante disso, a fim de impedir a continuidade da demolição, os parlamentares da Comissão se ausentaram da sessão e seguiram até o Palácio Paiaguás para buscar um entendimento com o governador Mauro Mendes (União), por meio do secretário-chefe da Casa Civil, Fabio Garcia.
Um grupo de manifestantes também acompanha a comitiva. No entanto, os portões da sede do Governo do Estado foram fechados para impedir a entrada dos moradores do Brasil 21.
