Ao que tudo indica a estratégia da base governista para deixar a oposição e o deputado estadual Julio Campos (União) de fora das Comissões Permanentes da Assembleia Legislativa não dará certo. O grupo já se articula para derrubar os argumentos dos parlamentares aliados ao Governo do Estado na formação dos blocos do Parlamento de Mato Grosso.
A intenção do bloco de oposição é utilizar a quantidade de votos de seus componentes para garantir a participação na formação das Comissões Permanentes, em especial na Comissão de Constituição Justiça e Redação.
Com relação a Julio Campos, a estratégia é usar a idade do parlamentar a seu favor, uma vez que ele é o deputado mais velho da atual legislatura e a questão de idade é critério de desempate, confirme Regimento Interno da Casa de Leis.
Os deputados estaduais estão se organizando em seis blocos. A oposição está dividida em dois blocos, sendo que um deles ainda conta com a participação de parlamentares considerados independentes.
O primeiro é formado por Gilberto Cattani (PL), Elizeu Nascimento (PL), Claudio Moraes (PL) e Faissal Calil (Cidadania). Já o segundo tem como integrantes Júlio Campos (União), Wilson Santos (PSD), Lúdio Cabral (PT) e Valdir Barranco (PT).
Os outros quatro blocos são formados por deputados governistas, e eles estão se utilizando disso para tentar tirar a oposição e os parlamentares independentes das Comissões. Isso porque na divisão cada Comissão Permanente possui apenas cinco vagas de titulares e cinco vagas de suplentes.
Diante disso, em toda comissão permanente, um dos blocos ficariam sem representante. Se aproveitando disso, a base se dividiu em cinco blocos, deixando isolados em um sexto bloco os deputados de oposição Lúdio Cabral e Valdir Barranco, o independente Wilson Santos (PSD) e o decano Júlio Campos.
Fator Júlio
A base quer tirar Julio Campos do comando da Comissão de Constituição e Justiça devido a sua atuação frente ao grupo. Ele está no comando da comissão desde o ano passado e, apesar de ser aliado ao governador Mauro Mendes (União), sempre adotou um tom de independência no Legislativo.
Prova disso é que, por várias vezes, recusou tramitações aceleradas, segurou projetos para prolongar discussões e, com isso, desgastou a relação com os líderes do Palácio Paiaguás.
Importância da CCJ
Essa é a única comissão pela qual passam todos os projetos legislativos, e nela é analisada a constitucionalidade da propositura. Dessa forma, não só fazer parte dela é importante, mas também presidi-la.
O presidente da CCJR pode atribuir a si mesmo a relatoria de um projeto de relevância e emitir um parecer conforme interesses políticos. Tendo apoio da maioria da comissão, garante que o relatório feito por ele será aprovado, dando um passo importante para ser aprovado em plenário.
O presidente da Comissão também pode segurar um projeto de relevância para retardar ao máximo possível sua propositura, conseguindo tempo para fazer articulações conforme interesses políticos.
Confira a composição dos blocos:
- Júlio Campos (União), Wilson Santos (PSD), Lúdio Cabral (PT), Valdir Barranco (PT)
- Gilberto Cattani (PL), Elizeu Nascimento (PL), Claudio Moraes (PL) e Faissal Calil (Cidadania)
- Janaína Riva (MDB), Dr. João (MDB), Juca do Guaraná Filho (MDB) e Thiago Silva (MDB)
- Dilmar Dal’Bosco (União), Eduardo Botelho (União), Diego Guimarães (Republicanos) e Paulo Araújo (PP)
- Beto Dois a Um (União), Carlos Avallone (PSDB), Nininho (PSD) e Sebastião Rezende (União)
- Dr. Eugênio (PSB), Max Russi (PSB), Fábio Tardin (PSB) e Valmir Moretto (Republicanos)
