O governador Mauro Mendes (União) afirma que nem a França, e nenhum outro país europeu podem exigir nenhuma medida dura do Brasil com relação ao meio ambiente, e profere duras críticas ao modus operandi da nação francesa.
“O mundo conhece os problemas que a França enfrenta com relação a produção de alimentos. É uma agricultura obsoleta, ineficiente, de baixa escala e que não consegue competir com a América Latina, principalmente com o Brasil. A única forma que eles têm encontrado para estabelecer a reserva de mercado é transverter as barreiras comerciais de barreiras ambientes”, colocou o gestor na manhã desta quarta-feira (27).
O presidente da França, Emmanuel Macron cumpre agenda no Brasil nesta semana. Ele visitou alguns estados brasileiros e irá discutir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o acordo entre Mercosul e União Europeia.
Vale frisar que, Macron é um dos líderes europeus mais críticos a essa parceria. Em seu entendimento, as negociações podem afetar negativamente a competitividade dos franceses em relação aos sul-americanos, principalmente na questão agrícola.
O representante francês tem defendido medidas duras para compra de alimentos do Brasil, como por exemplo, exigir que os produtos não sejam oriundos de plantio em áreas desmatadas, mesmo que o desmate tenha sido realizado de forma legal.
Vale lembrar que, em agosto de 2019, em meio à crise das queimadas na Amazônia, Macron ameaçou pela primeira vez de se opor ao tratado, acusando o então presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de desrespeitar o Acordo do Clima de Paris. Desde então, o líder francês fez várias declarações criticando a política ambiental do Brasil, assinalando possíveis boicotes comerciais.
Mendes, contudo, rebate e afirma que Macron não tem “moral” para falar em preservação ambiental, muito menos se referindo ao Brasil. “O mundo não é bobo, ninguém é bobo, e já percebeu isso. Então, eles não têm moral nenhuma para falar do Brasil quando nosso nível de preservação ambiental é extremamente superior ao que eles fazem lá. Façam, no mínimo, a metade do que nós estamos fazendo, e aí terão moral para nos criticar”, completou o governador.
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