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22/04/2024 às 09:55

CIGARRO NO PEN DRIVE

Vape vicia? Tem nicotina? Pode causa câncer? Veja perguntas e respostas sobre cigarros eletrônicos

Anvisa decidiu manter a proibição da venda e produção de cigarros eletrônicos no Brasil; Senado tem projeto que quer permitir

Do G1

Vape vicia? Tem nicotina? Pode causa câncer? Veja perguntas e respostas sobre cigarros eletrônicos

Foto: Reprodução

Os vapes, como são conhecidos os cigarros eletrônicos, vão seguir com a venda proibida no Brasil. Foi o que decidiu a Anvisa na sexta-feira (19). A regra vai contra a pressão da indústria, que pedia a liberação da comercialização sob o argumento de que eles são menos nocivos é uma opção para quem quer parar de fumar. Mas, o que dizem os especialistas?


Cigarros eletrônicos são melhores que cigarro comum?

O que diz a indústria

A indústria argumenta que os cigarros eletrônicos funcionam como "redução de danos" para quem já fuma cigarro comum. Ou seja, de que são uma forma menos prejudicial de acesso à nicotina para pessoas viciadas. Para isso, apresentam um relatório feito pelo King's College, do Reino Unido, que diz que vaporizadores são 95% menos prejudiciais que o cigarro comum.

O documento chega a essa conclusão a partir de uma revisão de artigos publicados e de pesquisas feitas anteriormente por outros institutos com pessoas que usaram cigarro eletrônico, mas durante um curto prazo.

O que dizem médicos e especialistas

As instituições de saúde e pesquisadores apontam que não há evidência científica que demonstre que o cigarro eletrônico é efetivo como contenção de danos.

Reforçam ainda que há menos tempo no mercado, ele já demonstrou seu potencial de risco com a evali – uma lesão pulmonar que pode levar à morte em um curto espaço de tempo e é causada pelas substâncias presentes nos vapes.

"Essa classificação de risco é uma falácia que não tem qualquer evidência científica. Pudemos ver isso com a crise nos Estados Unidos com pessoas morrendo por doenças associadas aos vapes. Precisamos lembrar que é um dado que vem de uma indústria que, quando apresentou o cigarro tradicional, jurou que a nicotina não viciava. Como podemos confiar?", explica André Szklo, epidemiologista especialista em controle do tabaco do Instituto Nacional do Câncer.

O médico e coordenador da Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB, Ricardo Meireles, explica que não existe redução de danos para o tratamento do tabagismo, que mata cerca de 400 pessoas por dia no Brasil. A única forma é cessar o uso de qualquer fumo.

“Não existe redução de danos no tabagismo. Estamos vivendo agora o que vivemos um século atrás, quando o cigarro começou a circular. No começo, as pessoas não sabiam que o cigarro fazia mal e foram muitas mortes até que soubéssemos a verdade. Hoje, o cigarro eletrônico está no mercado há poucos anos e já tem uma doença para chamar de sua, que é a evali. Não podemos deixar a história se repetir”, explica.

Os cigarros eletrônicos viciam?

O que diz a indústria

Os cigarros eletrônicos têm nicotina e ela é a responsável pelo vício do tabagismo. No site da Philip Moris, por exemplo, há uma série de perguntas e respostas sobre o produto, ao clicar na questão “vaporizar vicia?” você é levado a um texto que, na verdade, traz a resposta para “a nicotina é ruim para você?”. No texto, a empresa diz:

“A nicotina é viciante e não é isenta de riscos. No entanto, são os elevados níveis de substâncias químicas nocivas libertadas quando o tabaco é queimado – e não a nicotina – que são a principal causa das doenças relacionadas com o tabagismo”.

Ou seja, não há uma resposta clara do setor sobre o risco de vício.

O que dizem os médicos, entidades e especialistas

A nicotina é uma substância altamente viciante e, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, não há quantidade segura para o consumo. Segundo os especialistas, é por causa da nicotina que as pessoas viciam no cigarro.

Os vapes têm sal de nicotina, o que faz com que o composto seja entregue em concentrações até vinte vezes maiores no corpo. Ou seja, fumar a carga de um cigarro eletrônico no formato de pen drive, pode equivaler a fumar 20 cigarros convencionais.

Um dos pontos levantados na análise técnica da Anvisa é de que a forma como são apresentados, com aromas e sabores, enganam a percepção de quem fuma sobre o vape ter nicotina e seu potencial de vício.

"O cigarro eletrônico tem a nicotina em forma de sal, isso entrega mais nicotina e, por isso, tem um potencial muito mais viciante que o cigarro normal. Os relatos são de pessoas que começam com algumas baforadas e perdem o controle sobre o uso. Ou seja, a indústria diz que é mais seguro, mas na verdade está colocando a pessoa em uma armadilha para que ela se torne dependente química", diz André Szklo.

Margareth Dalcomo, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisologia (SBPT), diz que a forma como é feita a divulgação e o próprio produto interfere na percepção de quem usa de que aquilo é um cigarro e tem nicotina.

“Esses dispositivos têm uma concentração de nicotina muito alta. Com sabores e aromas, eles estão chegando nos adolescentes que são muito mais impactados por esse alto teor de nicotina. Os vapes estão criando uma legião de viciados muito precoces”, afirma.

O vape pode causar câncer?

O que diz a indústria

O fumo no cigarro eletrônico não funciona pela queima e sim pela vaporização. Com isso, a indústria alega que não há monóxido de carbono e, portanto, menos risco já que seria essa a substância causadora das doenças relacionadas ao tabagismo.

O que dizem os médicos e especialistas

Há milhares de tipos de cigarros eletrônicos no mercado e cada um com uma composição, o que dificulta saber o que, especificamente, há nos vapes. Não há estudos que relacionem o vape com o câncer, apesar disso, os médicos apontam que há mais de duas mil substâncias nos cigarros eletrônicos e várias delas tóxicas e cancerígenas como: glicerol, propilenoglicol, formaldeído, o acetaldeído, a acroleína e a acetona.
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