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Notícias / Agro e Economia

16/08/2018 às 21:14

Empresas de Sorriso se destacam no processo de agro industrialização

Redação Leiagora

O processo de manufatura enxuta, adotado por algumas empresas, vem apresentando resultados interessantes no custo benefício da produção.  As agroindústrias de Sorriso-MT, localizada a 415km da capital, chegaram a dobrar a produção. Um dos exemplos é a empresa voltada para a piscicultura Delicious Fish.

Com uma revisão nos processos de produção dos peixes foi possível derrubar pela metade o tempo de preparo dos animais no frigorífico. ?Em uma das linhas de produção de pescado o ganho foi de 100%. Em lugares que utilizávamos quatro pessoas, com a revisão dos processos, estão trabalhando apenas dois funcionários?, explica o coordenador de controladoria da empresa Evandro Fredo.. Um trabalho similar foi feito na produção de ração. ?Nós tínhamos um problema com a devolução de lotes de ração. Ela estragava antes do tempo, ou estava no tamanho errado, isso foi corrigido?, detalha Fredo. O principal aprimoramento foi no controle de qualidade do produto, o que acabou com as devoluções. ?A cada 30 minutos, nós estamos realizando testes de flutuação da ração. Isso era feito de dois em dois dias?.

O projeto de introdução de manufatura enxuta em agroindústrias de Sorriso foi viabilizado pela Rede Nacional de Produtividade e Inovação (Renapi), iniciativa da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Em novembro de 2017, foi realizado o Workshop de lançamento do projeto na região. O encontro teve como foco a apresentação dos conceitos de manufatura enxuta, seguido de um mapeamento da situação de cada empresa participante.

 Os consultores visitaram as fábricas, cinco vezes, para auxiliar na implementação. ?As mudanças sugeridas, normalmente, são simples. Alteração no local do maquinário da fábrica ou na forma de corte dos animais. O objetivo maior é agregar valor e otimizar a produção?, explica o coordenador da Renapi, Roberto Pedreira.

Além da Delicious Fish participaram do projeto outras empresas da região, como a Frimenta, que atua no ramo de embutidos. A empresa, que e nascida em Sorriso, modificou o processo de desossa dos animais, aumentando a produtividade em 33%. O ganho foi estimado em R$ 56 mil por ano.

O próximo passo da Renapi na região é criação de um sistema que identifique origem e usos de biomassa. O mapeamento do insumo será feito por uma parceria entre ABDI e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agroenergia.

O projeto piloto vai ocorrer no Mato Grosso e deve durar três anos. Será organizada uma única base de dados com informações sobre biomassa. ?Com o sistema, se eu quiser instalar uma indústria de gelatina, por exemplo, vou saber onde tem a pele animal (matéria prima do produto) e em que época do ano está sendo produzida em escala. A partir destas informações vou instalar minha agroindústria?, explica o pesquisador da Embrapa Bruno Laviola.

O ganho é duplo, o frigorifico começa a lucrar com a pele, que anteriormente era tratada como rejeito, e a agroindústria pode ser instalada estrategicamente onde há matéria prima em abundância. Outro resultado, segundo Laviola, é o número de empregos gerados na região. ?O que era um problema, do ponto de vista do descarte, vai virar uma solução para o meio ambiente, mas também de emprego e renda?.

A agroindústria Caramuru, que trabalha com derivados de soja, em Sorriso, é um dos exemplos de empreendimento que enxergou na biomassa uma solução para obter eletricidade. A indústria instalou uma usina que funciona a base de biomassa de madeira. O cavaco de madeira ? que é uma espécie de serragem, sobra da indústria madeireira ? é queimado e gera vapor. O gás movimenta uma turbina que resulta em energia. ?O cavaco é sobra, iria para o lixo. Com a usina, as duas indústrias ganham?, relata Tafuri.

A usina tem capacidade de gerar oito megawatts de eletricidade, o que poderia abastecer uma cidade de 30 mil habitantes. Segundo a Caramuru, os principais ganhos obtidos foram a redução no custo e a independência energética. Atualmente, a empresa tem um processo contínuo, sem depender da rede elétrica, considerada instável na localidade.

A ideia é que exemplos como o da Carumuru se espalhem pelo Brasil. ?O interessante, é que biomassa pode ser todo tipo de material orgânico. Como temos uma agricultura forte, este é um insumo abundante no país?, defende Tafuri.

Direto de Sorriso, por Adriano Carneiro, informações da Assessoria

Fotos/Arquivo Delicious fish

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