O tabagismo ainda é um grande problema de saúde no Brasil, apesar dos índices estarem diminuindo. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2006, 15,7% da população brasileira era fumante. Esse índice caiu para 10,1% em 2017. Entretanto, os prejuízos, tanto em vidas quanto em reais são consideráveis. De acordo com o estudo  "Tabagismo no Brasil: Morte, Doença e Política de Preços e Esforços", divulgado ano passado, 12,6% das mortes ocorridas no Brasil todos os anos podem ser atribuídas ao tabagismo. O vício gera um prejuízo anual de R$ 56,9 bilhões.

O fumo  leva a problemas cardíacos, respiratórios e câncer. Além disso, tem forte ligação com problemas de má-formação fetal e aborto, quando consumido durante a gravidez. Outros problemas como impotência sexual nos homens, aneurisma, úlceras e infecções respiratórias também estão associados ao fumo, principalmente do cigarro. São doenças graves que podem levar à morte. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), são mais de 200 mil mortes por ano, o que equivale a 23 falecimentos por hora, só no Brasil.

Os homens fumam mais que as mulheres. 13,2% da população do sexo feminino é fumante, contra 7,5% da população do sexo feminino. A frequência de fumantes é maior da população de adultos e idosos. Os dados são da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) realizada em 2017. O estudo mostra que, em Cuiabá, o percentual de homens fumantes chega a 13% enquanto o de mulheres é de 4%.

Esse quadro, apesar de ser preocupante, está mudando. Devido a programas como a proibição à publicidade de cigarros, o aumento dos preços, lei que proíbe o fumo em locais fechados e campanhas preventivas, o número de fumantes caiu e a população está cada vez mais consciente dos perigos do fumo.O Brasil instituiu, em 1986, o Dia Nacional de Combate ao Fumo, a ser comemorado em 29 de agosto. Na data, são reforçadas as ações de combate ao tabaco. No âmbito internacional, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou, no ano seguinte, que o dia 31 de maio seria o Dia Mundial Sem Tabaco

Entretanto mais ainda pode ser feito. Um Projeto de Lei do Senado (PLS nº 769, de 2015) propõe padronizar as embalagens de cigarro. A propaganda desses produtos já é proibida, porém a proposta é modificar a legislação vigente para que se estabeleça um padrão único para as embalagens. Segundo a ACT Promoção da Saúde (também conhecida como Aliança de Controle do Tabagismo), padronizar as embalagens eliminaria a os apelos gráficos usados pela indústria para atrair novos consumidores, principalmente os jovens. A proposta também quer mudar o Código de Trânsito para classificar como infração fumar dentro de veículo quando há um menor de 18 anos dentre os passageiros.  A PLS 769/15 teve parecer favorável e aguarda a aprovação na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (Secretaria de Apoio à Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor).

Para aqueles que querem parar de fumar, a principal dica dos especialistas é escolher um dia para parar de vez, ou para começar a diminuir gradativamente o número de cigarros consumidos todos os dias. Em âmbito nacional, o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Controle do Tabagismo, que está sendo comandada pelo INCA desde a década de 1990. Seguindo essa política, cada estado deve realizar atividades educativas e de ajuda no combate ao tabagismo juntamente com as secretarias municipais de saúde e educação. O Brasil também é signatário da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, tratado que está em vigor desde 2005 e reúne diversas medidas a serem adotadas para controle do tabaco.

Direto da Redação, Bárbara Muller.