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22/04/2019 às 07:44

Canadá faz 1º evento pró-maconha após legalização da droga

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Canadá faz 1º evento pró-maconha após legalização da droga

Foto: folha.uol.com.br

Exatamente às 16h20 de sábado (20), uma nuvem de fumaça branca tomou a multidão aglomerada no parque Sunset Beach, numa praia de Vancouver, no Canadá, para celebrar o primeiro evento anual da maconha após a legalização da droga no país, seis meses atrás.

O horário é simbólico na cultura canábica desde os anos 1970, e a data 20 de abril (ou 4/20 no calendário norte-americano) virou dia internacional de protesto pela legalização da droga. Em Vancouver, os organizadores estimaram o público em 150 mil pessoas.

"Aproveitem, apenas US$ 15 [R$ 60]", gritava uma mulher, vendendo saquinhos com 14 gramas de maconha solta (ou "buds", flores secas).

Ela era uma dos mais de 180 vendedores credenciados para a 25ª edição do evento gratuito 420 Vancouver. Dezenas de outros não credenciados também vendiam seus produtos, numa feira montada na praia, atrás do palco para discursos e atrações musicais, como a banda californiana Cypress Hill.

Pipoca, pirulitos, torta cheesecake, sais de banho e garrafas de vinho (não alcoólico) eram algumas das curiosidades feitas de cannabis à venda, ainda que comestíveis não tenham sido ainda regulamentados. Muitos vendendores davam amostras de cookies e brownies, enquanto outros davam cigarros de graça.

Pouco antes de bater 16h20, os organizadores jogaram do palco centenas de baseados para a plateia, que acendeu em conjunto, formando uma extensa neblina branca, em contraste com o céu azul.

O cogumelo foi outra estrela do evento. As tendas mais populares eram as que comercializavam a droga alucinógena, tanto no formato de chocolates como secos. Pelas leis canadenses, é ilegal vender ou usar "cogumelos mágicos" sem licença ou prescrição médica.

"Temos cogumelos de México, Equador e Colorado", explicava um vendedor que oferecia saquinhos com cogumelos secos por US$ 20 (R$ 78), além de cápsulas com sementes de maconha jamaicana.

Um canadense de 29 anos circulava com uma placa de papelão anunciando chocolates alucinógenos por CA$ 10 (R$ 30). Ele contou ter feito mais de 600 com ajuda de dois amigos. Em 2018, vendeu mais de CA$ 6 mil (R$ 18 mil).

"Neste ano, apesar de ter mais gente, tem muito mais concorrência de cogumelo. Não sei se vamos vender tudo."

Para um dos organizadores, o ativista veterano Dana Larsen, "a luta pela legalização da cannabis faz parte de uma luta maior por todas as plantas medicinais, plantas sagradas de povos indígenas do mundo", disse, incluindo folha de coca e peyote.

Além da pletora de drogas, havia comidinhas para usuários. Mas era difícil saber o que tinha ou não THC e psilocibina, elementos psicoativos da maconha e do cogumelo.

"Tem certeza que não vai dar barato?", perguntava Johnny Leung, 44, para uma vendedora de tortas de morango. Leung nunca havia usado drogas e queria continuar assim. "Queria muito ver o Cypress Hill. Estou achando tudo legal, muito tranquilo."

Políticos e moradores reclamam que o evento não deveria mais existir já que a droga foi legalizada, mas ativistas creem que ainda há muito o que protestar.

"As regras da legalização são desnecessariamente muito duras e punitivas", diz o panfleto do evento, citando multas de CA$ 5 mil e três meses de cadeia se alguém vir da rua uma de suas plantas legais. "Fizemos um bom progresso, mas usuários ainda sofrem estigma e perseguição."

 
Direto de Vancouver, Fernanda Ezabella/Folhapress
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