O governador Mauro Mendes (DEM) avisou que o projeto de autoria do Poder Executivo, que revisará os incentivos fiscais em Mato Grosso, irá parar de conceder incentivos para os setores desenvolvidos no Estado, entre eles, o setor algodoeiro.
“Estamos facilitando e criando regras para acesso ao incentivo em Mato Grosso. Ajustando as alíquotas à realidade dos setores, de mercado, que precisam de tributação menor para se desenvolver. O algodão, quando começou [o Programa de Incentivo à Cultura do Algodão de Mato Grosso] (Proalmat), há 20 anos, o Estado não produzia nada. Não podemos dar mamadeira para a criança a vida inteira, só quando ela é pequena, quando ela não sabe andar. Depois ela cresce, aprende a comer sozinha e chega a um ponto que ela tem que se virar. O Estado é para desenvolver cadeia. E os incentivos fiscais não serão para os setores que já são desenvolvidos”, explica o governador.
O presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão, Alexandre Pedro Schenkel, classificou como um ato inconsequente uma possível redução dos incentivos aplicados no estado que pode colocar em risco a atividade em Mato Grosso. “Isso traz imensa insegurança de investimento às indústrias nos estados. Tanto os produtores como as indústrias fizeram investimentos que temos que honrar com os contratos já celebrados. E os empregos, tanto das indústrias como no campo, nas revendas, no comércio e serviços? Fizeram essa conta das demissões em todos esses setores?”.
Conforme Mendes, agora o Estado está cobrando a contribuição devidas daqueles que já foram beneficiados. “Não quero prejudicar nenhum setor. Estou aqui para cuidar de Mato Grosso . Eu conheço este setor e respeito a todos. Eu sei como acontecem do lado de lá, e vou agir com justiça. Estou aqui para defender o Estado e atender a maioria da população. Os argumentos que não refletem a realidade não serão considerados”, pontuou.
O chefe do Executivo diz ainda que, desde quando assumiu o Estado, deu ordem para uma ‘varredura’ na concessão dos incentivos cedidos nos últimos 15 anos. “Nos aprofundamos nele e descobrimos que durante mais de uma década os incentivos foram contabilizados errados. Quem conhece de gestão pública sabe que vem ocorrendo crimes nos incentivos”, aponta.
Quanto à reclamação de falta de diálogo com os setores que serão atingidos com a diminuição dos incentivos fiscais, Mendes deixou um recado: “O diálogo será na Assembleia Legislativa, assim como fiz com os servidores e outros setores”, concluiu.