A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Myrian Serra, rebateu as críticas do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que havia disponibilizado R$4,5 milhões para pagar a conta de luz e outras despesas da instituição de ensino.
Ela explica que o recurso foi transferido em espécie de ‘cheque’ e que a UFMT foi surpreendida com o corte de energia. “Existe esse saldo, mas não tem disponível. Estou aqui para fazer uma distinção de recurso descentralizado e recurso que tem liberado. Quanto ao corte, eu tinha uma reunião na quinta (18) com os representantes da Energisa para tratarmos sobre o assunto. Quando cortaram, estava no Araguaia conversando com a comunidade e a luz apagou”, contou.
A reitora confirma, que de fato, o ministro perguntou qual era o valor para que não ocorresse o corte da energia. “Contei que é era de R$1,8 milhão, sendo R$ 1,5 da luz e R$ 300 mil de uma dívida com a própria concessionária. Então o sistema do banco abriu ontem e veio este recurso”, explicou.
Quanto a dívida atual da UFMT com a concessionária de energia é de R$ 5 milhões. Conforme a reitora, após a retirada da isenção fiscal do Cofins e Pis de órgãos públicos em 2015, a instituição que pagava em 2017, por exemplo, R$ 7 milhões e a previsão para 2019 é de R$ 21 milhões de gasto somente com energia.
“Entramos 2016 com uma dívida pagando atrasos e juros e isso só vem crescendo. A UFMT expandiu e a energia teve reajuste. Em 5 anos triplicamos a nossa energia e temos medidas paliativas, como troca de lâmpadas para lead, projeto fotovoltaico, aparelhos econômicos e outros”, contou.
Ela rebate as declarações do ministro quanto as críticas quanto sua administração. “ Eu, particularmente, me considero uma boa gestora e me esforço para manter a boa qualidade da UFMT. Mas até agora, não tem o restante do recurso que o ministério enviou”, concluiu.
Este ano o déficit da instituição é de R$ 14 milhões somente em contratos. Já para Energisa a conta é de R$ 5 milhões, totalizando R$ 19 milhões. Para 2018/2019 o déficit previsto é de R$ 60 milhões, resultado dos cortes anunciados pelo governo federal de 30% para as universidades públicas federais.