O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Mato Grosso, Leonardo Campos, será o próximo convidado para participar de uma reunião no Colégio de Líderes na Assembleia Legislativa. Os deputados querem saber sobre a postura do Ministério Público Estadual (MPE) em não aceitar delações dos militares acuados de operarem o esquema dos grampos ilegais em Mato Grosso.
Há alguns dias, o representante da OAB questionou o coordenador do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), promotor de Justiça Domingos Sávio, sobre a postura do MP. "Quero saber do doutor Domingos Sávio por que os investigados dos grampos tentaram delação e ele não aceitou. Por que? Quais os critérios?", questionou Leonardo Campos em uma entrevista à uma rádio.
Nessa terça-feira (23), o procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, esteve na Assembleia para conversar com os deputados sobre as acusações dos coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco e do cabo Gerson Correa, em depoimento na 11ª Vara Militar da Capital. Os réus acusam promotores de participação no esquema dos grampos ilegais.
A deputada Janaina Riva (MDB) contou que a reunião com o procurador foi positiva, mas que alguns deputados questionaram a criação de uma CPI dos grampos. “O presidente da Casa, Eduardo Botelho, disse que aquela ocasião não era o momento. O Clima estava tenso por causa do projeto dos incentivos. Houve um pedido para ouvirmos o presidente da OAB para depois resolvermos se vai ou não ter CPI. A gente não quer saber das operações legais, mas dos das ilegais e que os irresponsáveis arquem. A ideia não é anular investigações ou homologar delação. Queremos saber o que deve ocorrer com esses supostos envolvidos, caso comprovado a participação deles”, diz deputada.
A parlamentar diz ainda que a Assembleia Legislativa vai mostrar que a posição dos parlamentares será motivada por responsabilidade sem expor ninguém antes que se tenha algo provado. “É preciso absorver todas as informações e consciente dos reflexos que ela faz. Os promotores fazem isso, expõem os deputados, mas nós iremos mostrar que a Assembleia é superior”, concluiu.