Cuiabá, sexta-feira, 26/04/2024
01:46:30
informe o texto

Notícias / Geral

14/08/2019 às 15:50

Defensoria Pública firma TAC que barra crime ambiental em Água Boa

As empresas terão até 30 dias para retirar um material líquido irregular depositado no lixão

Leiagora

Defensoria Pública firma TAC que barra crime ambiental em Água Boa

Foto: Assessoria

A Defensoria Pública em Água Boa (741 km de Cuiabá), conseguiu o compromisso formal de duas empresas de limpa fossa da cidade, que depositavam materiais ilegalmente no lixão, para que compensem o dano ambiental e socialmente, a partir de investimentos e novas condutas. O documento estabelece prazos, compensações e multas, no caso de descumprimentos.

Os defensores públicos que assinam o termo, Carolina Weitiewic e Wendel Cruz, negociaram com as empresas para que elas retirem o material líquido depositado irregularmente no lixão, no prazo de 30 dias a partir da assinatura do documento. Elas ainda providenciarão local adequado e licenciado para armazenar o resíduo, segundo o que estabelece a legislação brasileira.

A defensora pública Carolina explica que, a forma como o resíduo de fossas da cidade vinha sendo depositado no lixão, configura crime ambiental que pode resultar em responsabilização, cível e criminal, da administração pública municipal e da empresa que gerencia e executa o serviço na cidade.

“Ao depositar esse tipo de material num buraco normal, as invés de numa estação de tratamento, as consequências são a poluição do solo e dos lençóis freáticos, o que pode resultar numa água de poços artesianos imprópria para consumo humano. Isso pode representar contaminação humana por verminoses e outras patologias que são da responsabilidade do poder público evitar. Como tentamos negociar com a prefeitura e com a empresa que gerencia o serviço e ambos se negaram, negociamos com as executoras do serviço”, explica a defensora.

Carolina lembra que o próximo passo agora será mover uma ação civil pública, que busque essa responsabilização cível e também buscará responsabilização criminal da prefeitura e da empresa responsável por gerenciar o serviço. “Negociamos com as executoras do serviço, que mesmo atuando de forma ilegal até a assinatura do termo, se mostraram sensíveis ao perceber que a solução do problema pela via administrativa, ao invés da judicial, seria melhor para todos”, explica.
Caso o acordo seja descumprido, as empresas pagarão o valor de R$ 4 mil em multa, por cada carga descartada irregularmente e a esse valor será acrescido R$ 1 mil, para cada dia de permanência do resíduo no local. A defensora lembra que desde o início do ano, quando a Defensoria Pública estabeleceu os primeiros contatos com as empresas, elas retiraram do lixão o total de 20 mil litros de resíduos. E comprometeram-se a retirar mais 10, nos próximos 30 dias.

Compensação social - Além de compromisso com o meio ambiente, as empresas assumiram a incumbência de auxiliar a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do Araguaia (Acamara) com o fornecimento de um notebook novo, com os programas padrão já instalados; uma conexão com a internet de 10 mega bytes, por três anos; uma impressora com copiadora nova, com suporte técnico para instalação e disponibilização de seis toners compatíveis com a impressora.

A empresa ainda fará a doação de 200 litros de diesel S 10, por meio de postos de gasolina da cidade, por dois anos, até o dia 10 de cada mês, a partir de agosto de 2019 e um elevador de fardo, no valor de R$ 9 mil. O compromisso ainda estabelece que, caso a Acamara deixe de prestar o serviço de coleta de materiais recicláveis no município, os itens disponibilizados pela empresa deverão fazer parte de um novo acordo.

Carolina lembra que a Defensoria Pública, em cinco meses, conseguiu evitar que um crime ambiental continuasse sendo perpetuado no município. “Temos muito a comemorar, pois em cinco meses conseguimos que uma prática criminosa, que afeta a saúde pública como um todo, fosse interrompida. E no processo, não podemos negar que as empresas foram sensíveis e perceberam que a via administrativa era a melhor forma de resolver o problema”, avalia a defensora.

Audiência Pública – A defensora lembra que participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, no início do mês, convocada pelo deputado Faissal Calil para debater soluções para tratamento e destinação do lixo. O presidente da Associação Mato-Grossense dos Defensores Públicos (Amdep), João Paulo Dias, também participou do evento.


“Esse tema é de extrema relevância social, para a saúde da população e para o meio ambiente. Ao atuar buscando acordos e a soluções pela via administrativa, a Defensoria Pública exercita sua função de garantir direitos básicos de acesso do cidadão mais vulnerável ao saneamento, à saúde pública e a um ambiente saudável, neste caso. Mostrar nossa experiência e a efetividade dela para outros públicos é uma forma de estímulo”, avalia.
Com informações da assessoria de imprensa
Clique aqui, entre na comunidade de WhatsApp do Leiagora e receba notícias em tempo real.

Siga-nos no Twitter e acompanhe as notícias em primeira mão.


 

0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do site. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet