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Notícias / Política

03/09/2019 às 16:54

Vereador diz que mutirões na Santa Casa é para 'encher tripa'

Secretaria diz que mutirões visam reduzir filas e que o hospital ainda não está em 100% de funcionamento.

Luana Valentim

O vereador de Cuiabá Ricardo Saad (PSDB) questionou como anda o funcionamento da Santa Casa após o Estado fazer a sua requisição administrativa, principalmente referente as cirurgias e mutirões que estão sendo realizados na unidade hospitalar. A Secretaria de Estado de Saúde emitiu uma nota explicando todos os procedimentos adotados pelo hospital e o número de pacientes que estão sendo atendidos.
 
Saad disse que recebeu denúncias por parte de médicos e enfermeiros que atendem na Santa Casa e trabalham dentro do Centro Cirúrgico da unidade. O questionamento é que antigamente a unidade tinha um grande número de cirurgia e hoje, segundo relatos, não está tendo cirurgias.
 
“Esta é a importância do ofício, pois estavam fazendo uma cirurgia por dia. Então quero saber a realidade antes de tomar qualquer atitude. Por isso enviei um oficio para a Comissão de Saúde da Assembleia entregue nas mãos do deputado Paulo Araújo e outro para o secretário de Saúde do Estado, Gilberto Figueiredo”, frisou.
 
O vereador relatou que há 3 meses enviou para Gilberto um ofício fazendo questionamentos, mas até hoje não obteve resposta. “Então não sei se ele se acha acima de tudo e não quer responder. Isso que estou falando foi denúncia. Quero saber hoje quanto que a santa Casa está recebendo para gerenciar tudo aquilo e quantas cirurgias estão fazendo”.
 
Saad disse que quer receber informações como o nome do paciente operado, do médico que operou e do anestesista. Ainda informou que pretende fazer uma vistoria na unidade dentro de 30 ou 60 dias. Apesar de estar sob a responsabilidade do Estado, o parlamentar alega que o hospital está localizado em Cuiabá e os vereadores têm todo o direito de ir ao local para fiscalizar.
 
“Vou enviar um documento também ao Conselho Regional de Medicina para ver a situação da Santa Casa, se ela está dentro de todas normas. Já estou sabendo que vai haver uma vistoria deles, pois isso eles fazem em todos os hospitais”, pontuou.
 
Quanto aos mutirões que a Santa Casa pretende realizar, o parlamentar avaliou que o governo anunciou na inauguração que a unidade é para fazer cirurgia de alto custo e por isso não iria atender como antigamente. “Vão fazer mutirão para que? Só para encher tripa? ”, questionou, afirmando que mutirão é para fazer cirurgia de pequeno e médio porte, mas o hospital foi credenciado para alta complexidade. “Então quero saber se ela vai atender a esses requisitos. Se não, irei formalizar uma denúncia”.
 
Sobre os valores, Saad lembrou que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, quando esteve em Cuiabá disse que destinaria um valor de até R$ 15 milhões por mês à Santa Casa para fazer os atendimentos necessários. “Fazer mídia, propaganda, todo mundo faz. Não tem que fazer mídia, tem que prestar serviço”.
 
Em resposta, a Secretaria de Estado de Saúde emitiu uma nota destacando que o Hospital Estadual Santa Casa conta com 11 leitos de UTI Adulto e 129 leitos de internação adulta (clínica e cirúrgica). O centro cirúrgico possui parque tecnológico moderno com 10 salas de cirurgias e 10 leitos de recuperação pós-anestésicos (RPA). Apenas para a ala pediátrica, a unidade conta com 10 leitos de UTI pediátrica, nove leitos de UTI neonatal, 33 leitos de pediatria clínica, 27 leitos de pediatria cirúrgica e 22 leitos exclusivos para o Pronto-Atendimento Infantil. Logo, o setor pediátrico engloba 101 leitos da unidade – isto é, a pediatria abrange mais de 40% da totalidade de leitos do Hospital Estadual.
 
Explicou que não há um número específico de cirurgias por dia, visto que varia conforme a demanda. Mas mesmo não atuando em sua capacidade máxima, o Hospital Estadual já chegou a realizar oito procedimentos cirúrgicos por dia, atuando – nesta primeira etapa – apenas em urgência e emergência.
 
A SES esclareceu que a unidade ainda não está em 100% de funcionamento, sendo que a primeira etapa de abertura do hospital retomou os atendimentos nas áreas de Oncologia (tratamento de câncer), Nefrologia (hemodiálise), Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto, Pediátrica e Neonatal, Pronto Atendimento Infantil, cirurgias pediátricas e cirurgia geral.
 
Outros atendimentos que integram a lista dos serviços de saúde da unidade contemplam o Apoio e Diagnóstico Terapêutico (SADT), tais como Tomografia, Raio-X, Ultrassonografia, Densitometria Óssea, Ressonância para crianças, hemoterapia, exames laboratoriais clínico e de anatomopatológico (usado para o diagnóstico preciso de doenças).
 
Na segunda etapa, serão oferecidos mais serviços à população, atendendo também nas áreas de Cardiologia, Vascular, Ortopedia Pediátrica e Neurocirurgia Pediátrica.
 
“Todas as alas a serem utilizadas pelo Hospital Estadual Santa Casa passaram por procedimentos de readequação predial. Alguns setores, como o da recepção, da UTI, da cozinha e das brinquedotecas, passaram por mudanças consideravelmente robustas”, disse na nota.
 
Quanto aos atendimentos, a secretaria destacou que são prioritariamente de alta complexidade, mas a unidade também realiza alguns procedimentos de média – como as cirurgias de vesícula e hérnia. A realização dos procedimentos cirúrgicos de média e alta complexidade estava programada para ocorrer na segunda etapa de inauguração do Hospital Estadual, porém a atual gestão resolveu antecipar a oferta deste serviço com o objetivo de diminuir substancialmente a fila de espera.
 
Ao falar dos mutirões, a SES explicou que a Santa Casa já deu início ao seu primeiro mutirão de cirurgias, sendo que a primeira etapa foi no último sábado (24). No dia 31 de agosto, serão realizadas 48 cirurgias de vesícula na unidade hospitalar e outras 33 operações serão efetivadas durante o mês de setembro. O procedimento de vesícula é considerado como de média complexidade e concentra aproximadamente 3.500 pacientes na fila de espera.
 
‘É importante frisar, contudo, o Hospital Estadual atende prioritariamente às demandas de alta complexidade, contando com 30 leitos de Unidade de Terapia Intensiva e com setores de Oncologia e Nefrologia”, ressaltou. 
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