O ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD) avaliou que a senadora Selma Arruda (PSL) deveria se preocupar em tentar provar a sua inocência nos crimes que levou o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) a pedir pela sua cassação do que ficar tentando achar um culpado para seus problemas. A declaração foi dada nessa quarta-feira (11) após participar da reunião da base aliada com o governador Mauro Mendes (DEM).
Após a procuradora-geral da República Raquel Dodge dar um parecer favorável pela cassação da senadora e pedir uma nova eleição, Selma emitiu uma nota dizendo acreditar que há um sério indicativo de que o parecer da PGR já se encontrava pronto, por encomenda, ou que a procuradora 'não tivesse mais nada a fazer', sendo essas as únicas hipóteses que justificariam tal concomitância.
Saiba Mais: Selma acredita que parecer da PGR foi encomendado
“Cada hora Selma acha uma personalidade para jogar a culpa do problema. Em vez dela se preocupar em provar que não fez caixa 2, abuso de poder econômico fica achando justificativa nas pessoas pelos erros que cometeu na eleição”, disse.
Fávaro disse que Dodge apenas seguiu o que o Ministério Público Federal fez em Mato Grosso, lembrando que o órgão é parte da ação como autor da Ação Direta de Inconstitucionalidade de cassação da senadora.
Afirmando que o MPF só cumpriu o seu papel e deu um parecer favorável à cassação pelos argumentos que foram levantados e votados no TRE por três vezes: na reprovação das contas, na cassação e nos embargos de declaração.
“Três 7x0 confirmados ontem com o parecer da procuradora Raquel Dodge, aguardando agora o trâmite final, cabe ao relator confeccionar o voto e levar ao pleno do TSE. A justiça brasileira tem se mostrado muito séria como deve ser. Acredito que agora o processo está concluso”, pontuou.
Com relação ao posicionamento do MP sobre novas eleições, Fávaro disse a vacância tem uma questão constitucional que não é clara, mas que está levando o tema à Corte que irá decidir. ‘É que não existe nenhum cargo no Brasil que existe vacância e esse se tornará o primeiro. Se houver a vacância não tenho problema nenhum em ter que disputar uma nova eleição’.
Avaliou que, caso tenha apenas dois senadores como representantes, Mato Grosso perderá sua força política. “A câmara federal representa o povo, por isso tem a proporcionalidade dos estados. Já o Senado representa o Estado e todos são iguais. Como pode um estado ficar sub representado com dois senadores? São matérias constitucionais, não sou eu que vou dizer, quem vai dizer isso são as cortes superiores e está chegando a hora deles decidirem”, frisou.
Caso haja nova eleição, Fávaro disse não temer disputar com um candidato que Selma venha a apoiar avaliando que ela possui grande força política. Para ele, as pessoas votam na boa-fé para que seu representante faça as coisas certas.
“Será que todos esses eleitores ficaram felizes em descobrirem que comprovadamente ela cometeu ilícito para disputar essa eleição? Será que se ela tivesse cumprido as regras como os demais candidatos da legislação eleitoral, teria essa votação? Se não tivesse tido abuso de poder econômico e caixa 2 será que ela teria toda essa votação? ”, questionou.
