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10/11/2019 às 08:14

Jovem encara vida de peão de rodeio com coragem e dedicação

"Para montar em um touro precisa ter muita coragem e dedicação, porque não é fácil", disse Raicar

Luzia Araújo

Foi no curral e entre os bois que o jovem, Raicar Diego Arruda Florentino, de 27 anos, viveu grande parte da vida. Isso porque o poconeano é peão de rodeio e encara o desafio de ficar em cima de um touro bravo por oito segundos há uma década.

O convite para começar a montar no animal veio quando Raicar deixou a pequena cidade de Poconé e foi morar em Várzea Grande, onde conheceu um criador, que costumava deixar vacas soltos pelo bairro.

Aqueles animais andando livremente pelas ruas chamaram a atenção do jovem, que à época tinha apenas 15 anos. Um certo dia, o criador chamou Raicar para conhecer o lugar onde ele criava as vacas.

Lá, o homem disse para Raicar que também criava bezerros e o convidou para montar em um dos animais. O convite pegou o jovem de surpresa, já que nunca tinha montado no animal, mas Raicar resolveu aceitar mesmo assim. “Montei em um branquinho que tinha na fazenda. Ele deu uns pulos alto comigo, segurei firme e comecei a gostar daquilo”. Depois da experiência em cima do animal, o jovem nunca mais deixou de montar.

Incentivado pelo novo amigo, Raicar passou a frequentar arenas de montaria onde conheceu outros peões e começou a treinar em Cuiabá, Poconé e Livramento. Até que no ano de 2007, em Várzea Grande, participou da sua primeira competição profissional e se classificou entre os primeiros atletas. “A partir daí começaram a surgir novas oportunidades e passei a participar de mais rodeios”. Até hoje, Raicar competiu em 20 rodeios no Estado.

O rapaz revelou que sua maior motivação para se tornar um peão de rodeio e seguir na profissão era o sonho de montar no boi bandido, que ficou conhecido depois de participar da novela América da escritora Glória Perez e ser o melhor touro de rodeio brasileiro por derrubar rapidamente os peões que tentavam montar nele. Infelizmente,  o animal morreu em 2009.

Mesmo há 10 anos montando em touros, Raicar confessou sentir medo toda a vez que vai montar no animal e apreensivo antes de entrar em uma arena de competição. “O peão tem que confiar muito em Deus, porque é um esporte muito arriscado e perigoso”.

Além da fé, o peão destaca que a coragem e dedicação nos treinos são fundamentais para se tornar um bom profissional. “Para montar em um touro precisa ter muita coragem e dedicação, porque não é fácil. Precisamos fazer muita atividade física, ter uma alimentação balanceada e treinar bastante para alcançar um bom resultado nas competições”.

Raicar lamentou que os grandes rodeios oferecem poucas oportunidades para novos profissionais. “Hoje em dia os peões que não tem oportunidade nos grandes rodeios precisam se destacar nos pequenos e ir levando para quem sabe um dia chegar lá. Se continuar assim pretendo cuidar de touros, preparando os animais para competições, mas isso é uma hipótese porque o sonho ainda é ganhar um carro ou uma motocicleta no rodeio”.
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