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Notícias / Polícia

17/11/2019 às 08:05

Perícia em armas e munições ajuda a solucionar crimes de homicídio

Em 2017, 72,4% dos homicídios cometidos no Brasil foram praticados com armas de fogos.

Luzia Araújo

Perícia em armas e munições ajuda a solucionar crimes de homicídio

Foto: Giuseppe Feltrin

A arma de fogo é o instrumento mais utilizado pelos bandidos para cometer crimes no Brasil, em especial o homicídio. De acordo com os dados do Atlas da Violência de 2019, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 72,4% dos homicídios cometidos no país em 2017 foram praticados com armas de fogos, o que corresponde a 47.510 pessoas mortas. A pesquisa utilizou números do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

Para esclarecer a autoria e a materialidade dos crimes com a utilização de armas de fogo, a Segurança Pública conta a perícia de balística forense, uma área dentro da criminalística responsável por realizar exames em munições e armas usadas em ações criminosas.

Em Mato Grosso, esse serviço é desenvolvido pela Gerência de Perícia de Balística Forense, da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). No setor os peritos criminais realizam o exame de eficiência da arma e da munição no qual são efetuados disparos para confirmar o funcionamento da arma e o mecanismo dela.



A perícia de balística também realiza os exames de revelação de número de série para identificar a origem do armamento e o confronto balístico, que serve para descobrir de qual arma partiu o tiro que matou a vítima.

Todos os exames são solicitados pela a autoridade policial que investiga o caso e os materiais examinados são recolhidos no local do crime e do corpo da vítima no Instituto Médico Legal (IML).

Para o gerente de perícia balística da Politec, Reinaldo Hiroshi, o confronto balístico é o exame mais complexo realizado no setor. “Nele é feito um estudo de comparação da munição retirada do corpo da vítima com a munição padrão da arma. As vezes chega para nós projétil bem danificado, depois de atingir uma parede, por exemplo. Isso diminui a região de pesquisa para confrontar, tornando a comparação mais trabalhosa”.

Nesse tipo de exame os peritos criminais utilizam o comparador balístico. O equipamento é um macroscópio que chega a ampliar a imagem da munição ou do estojo em até 16 vezes. A máquina custa em média R$ 1 milhão no mercado.



Esse exame, por exemplo, serviu para identificar de qual arma partiu o tiro que matou o tenente do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Carlos Henrique Paschotto Scheifer, em maio de 2017, em Matupá (696 km distante de Cuiabá).

A gerência de perícia balística conta também com um estande de tiro, onde os peritos efetuam disparos em uma chapa de ferro, caixa de coleta de projétil e em um tanque de água para testar o funcionamento da arma de fogo e também recolher munições para o confronto balístico.  

O espaço possui ainda um laboratório para realizar a desmontagem das armas, desinfecção dos projetis que vem do IML e o exame de revelação de série das armas que são apreendidas com a numeração raspada.  Nesse exame, o perito além de lixar parte da arma ele também utiliza um ácido conhecido como Fry, produzido na própria Politec, para revelar a numeração de série do armamento.

Atualmente, o setor conta com sete peritos criminais, que passaram por curso de formação e treinamentos internos para executar a função. Até setembro de 2019, a perícia de balística já entregou 979 laudos periciais.
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