Era 2016 quando Paulo Henrique Soares Leão, de 38 anos, recebeu a notícia que seria pai pela primeira vez. A esposa do policial militar esperava por um menino. Mas, o que a família não imaginava era descobrir que o bebê seria diagnosticado com espinha bífida durante a gestação.
A doença é uma malformação da medula espinhal e da coluna vertebral desenvolvida no embrião ainda no útero da mulher. A futura mamãe realizava um ultrassom de rotina quando foi alertada pelo médico sobre o problema.
Paulo e a esposa, grávida de 27 semanas, embarcaram para São Paulo, onde a mulher passou por um procedimento cirúrgico intrauterino para a correção da coluna do bebê. “Foi um choque receber a notícia, porque com esse problema a criança pode ficar paralítica, mas no caso do Paulinho conseguimos fazer a cirurgia e reverter muitos riscos”, disse o pai.
Ao chegar na 37ª semana, Paulo Henrique Soares, o Paulinho, nasceu e com algumas sequelas deixadas pela doença, como dificuldade para se equilibrar e andar, além da hidrocefalia. Foi então que os pais do menino foram orientados pelos médicos da criança para colocar o pequeno em atividades que ajudassem na recuperação de Paulinho, entre elas a equoterapia.
O pai seguiu a orientação médica e há três anos a criança participa da terapia com cavalo, sendo os dois últimos no projeto de equoterapia da Polícia Militar. Segundo a fisioterapeuta do projeto, 2ª sargento Nilcimeire Campos dos Santos, quando o Paulinho chegou na equoterapia da PM ele era um menino que não gostava de ter contato com animais e apresentava dificuldade para se equilibrar e andar.
“Participando das atividades, o equilíbrio dele melhorou, apesar de ainda precisar de apoio. Ele também evoluiu no andar e na sensibilidade com o cavalo”, destacou a especialista.
Para o coordenador da equoterapia da PM, 1º sargento Marcondes de Campos, ver o desenvolvimento de todos os praticantes, assim como o do Paulinho é compensador. “A equoterapia é autopagável. Costumamos dizer que somos os olhos para quem não enxerga e as pernas de quem não anda”, completou.
Na última quinta-feira (06), os pais e alunos do projeto participaram da aula inaugural que marca o início das atividades da equoterapia para este ano. Atualmente, o projeto conta com 30 alunos.
Neste ano, as aulas acontecerão no Parque de Exposição de Cuiabá, onde a atividade recebeu um espaço adaptado para realizar as aulas. No ano passado, os praticantes realizam os atendimentos na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Os interessados em participar do projeto podem entrar contato pelo telefone (65) 3694-1281.
Paulo se emocionou em dizer que os médicos admiraram a evolução do filho com a equoterapia. “Buscamos fazer o máximo agora, para que no futuro ele tenha uma vida normal e independência”, disse.
