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08/04/2020 às 13:40

Pesquisadores da UFMT alertam sobre a importância do isolamento social

Dados apontam que Cuiabá vai acabar tendo que atender pacientes de outras regiões por estar melhor equipada

Leiagora

Pesquisadores da UFMT alertam sobre a importância do isolamento social

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Duas notas técnicas publicadas por unidades da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) alertam sobre a importância de se manter as medidas de distanciamento social no estado, a fim de evitar a rápida disseminação da covid-19 e, assim, preservar a capacidade de atendimento do sistema de saúde por mais tempo.

A questão posta é que a pandemia possui o efeito de atacar o próprio sistema de saúde, debilitando sua capacidade de atender mesmo os casos menos graves.

"Podemos afirmar isso pelas características da doença, principalmente a rapidez da transmissão", explica a professora Lígia Regina de Oliveira, do Instituto de Saúde Coletiva (ISC).

"Quando existe uma situação atípica como essa, pode haver o estrangulamento dos serviços de saúde, como observado em outros países. Ou seja, o aumento rápido de casos e, consequentemente, de pacientes que necessitem de internação, pode significar pessoas sem acesso aos cuidados necessários para se recuperarem", completa.

De acordo com o estudo realizado pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas e Socioambientais (Nupes), os dados de número de respiradores e leitos de UTI e sua distribuição em Mato Grosso apontam que regiões de saúde que estão melhor equipadas, como é o caso de Cuiabá, precisarão atender a população de outras regiões.

"Não é possível construir leitos de UTI em locais onde não há essa estrutura. Qualquer mudança nesse sentido requer planejamento de longo prazo. De imediato, a solução seria expandir a capacidade dos leitos das UTIs nos locais já existentes, e, em caso de risco de colapso do Sistema Único de Saúde (SUS), usar a rede hospitalar privada", afirma a professora Carla Cristina Rosa de Almeida, uma das responsáveis pela pesquisa do Nupes.

Neste sentido, ambos os estudos apontam para o distanciamento social como essencial para diminuir a velocidade com que as pessoas adoecem, permitindo que o sistema de saúde se prepare para identificação e isolamento dos casos, bem como para que os serviços de saúde possam atender os casos graves.

"Principalmente porque existe desigualdade no estado, tendo como exemplo que duas regiões de saúde não dispõe de leitos de UTI (Médio Araguaia e Norte Araguaia Karajá) e quatro têm menos de 1 leito por 10 mil habitantes (Araguaia Xingu, Centro Norte, Sudeste mato-grossense e Vale do Peixoto), que o isolamento é essencial para propiciar o preparo para o sistema enfrentar a pandemia", concluiu a professora Ana Paula Muraro, do ISC.

As notas técnicas foram publicadas pelo Instituto de Saúde Coletiva (ISC) e pelo Nupes, ligado à Faculdade de Economia (FE). Confira ambos abaixo:

Instituto de Saúde Coletiva
Núcleo de Pesquisas Economicas e Socioambientais
Da Assessoria
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