O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), fez um apelo por meio da imprensa para o juiz José Leite Lindote, para que decrete a quarentena coletiva obrigatória seja ampliada para todos os municípios de Mato Grosso e não fique apenas na capital e Várzea Grande.
Caso o pedido feito de maneira informal não seja atendido, a Prefeitura de Cuiabá entrará com um recurso para revogar o ato do magistrado titular da Vara Especializada da Saúde Pública de Mato Grosso. Ele irá interpor um agravo junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Emanuel demonstrou preocupação com a possibilidade de um colapso econômico e social em Cuiabá e Várzea Grande. Ele lembra, inclusive, que já aplicou a quarentena na capital. Alguns segmentos sequer voltaram a funcionar como as academias, por exemplo.
Ele diz que, desde o início da pandemia, não se furtou de colocar em prática as ações consideradas necessárias para preservação da saúde pública, mesmo que consideradas rigorosas. E por isso entende que não é justo que a medida seja aplicada na Capital, quando o problema está na falta de estrutura de saúde enfrentada pelo interior do estado, que acaba refletindo em Cuiabá.
Nesse período de pandemia do novo coronavírus, os dados da Secretaria Municipal de Saúde demonstram que 60% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados para esses pacientes são ocupados pela população do interior.
Além disso, a taxa de crescimento de casos na Capital que, nos últimos sete dias é de 5,7%, continua abaixo da taxa total de Mato Grosso, que atingiu 7%. Nos últimos 14 dias, o número é de 5,6%, para Cuiabá, e 6,5%, para Mato Grosso.
Para o prefeito, os números demonstram uma clara “interiorização” do vírus. “Cuiabá fez o dever de casa e querem que paguemos o preço por quem não fez. Isso não é justo. Se tivermos que decretar o ‘lockdown’, que façamos no estado inteiro. Não tem sentido prender a população dentro de casa, tirar o seu emprego, quebrar as empresas da nossa Capital. Não é justo aplicar tudo isso em Cuiabá e deixar aberto o restante do estado”, destaca.
Emanuel ressalta ainda que não adianta fechar Cuiabá e Várzea Grande, se grande parte de demanda do interior continuar sendo transferida para a Capital. “O SUS é universal e estamos de portas abertas para atender todos os munícipes. Todavia, que respeitem a nossa Capital e não a prejudiquem. Cuiabá está sufocada e, caso confirme essa decisão, será tremendamente penalizada”, completa.
Entre as medidas já adotadas para conter o avanço da pandemia, houve a suspensão de diversas atividades econômicas locais, com exceção das consideradas essenciais para a população. Além disso, foi implementada a retomada gradual do funcionamento desses comércios. Também foi decretado o fechamento dos parques municipais, criação de uma equipe unificada de fiscalização, suspensão das atividades presenciais na rede pública e privada de ensino, e a implantação do toque de recolher, no período das 22h30 às 5h.
Com informações da Prefeitura de Cuiabá
