O juiz Leonardo Pitaluga, da Vara de Execuções Penais de Cuiabá, autorizou o ex-governador Silval Barbosa a se mudar de Mato Grosso para o interior de São Paulo. O pedido foi feito pela defesa do político no início e teve parecer favorável do Ministério Público.
Na Justiça, os advogados Valber Melo e Filipe Maia Broeto alegaram que Silval é colaborador da Justiça desde 2017, quando firmou acordo de colaboração premiada, que desencadeou uma série de investigações em Mato Grosso.
Segundo o pedido, Silval vai morar com a filha em São José do Rio Preto, para onde já viajou em 2019 para o casamento dela. Conforme os advogados, ele deve ficar lá até o fim de janeiro de 2021.
O pedido foi analisado pelo promotor de Justiça Marcelo Lucindo Araújo, que no dia 9 de julho se manifestou favorável à troca de endereço. Ele só destacou ser necessário que o ex-governador junte comprovante de endereço no processo, que deve ser remetido para a comarca de São José do Rio Preto, uma vez que Silval ainda cumpre pena.
Delator premiado, Silval foi condenado em duas ocasiões pela ex-juíza Selma Arruda, quando atuava na 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
Em uma das sentenças, acusado de organização criminosa, recebimento de propina e lavagem de dinheiro, ele teve pena estipulada em 13 anos e 7 meses de prisão. A segunda condenação foi por fraude em licitação e recebimento de propina, que resultou em 14 anos, 2 meses e 21 dias de pena.
Ao todo, o ex-governador passou pouco mais de três anos e meio no Centro de Custódia da Capital. Em 2018 ele conseguiu progressão do regime de pena e passou ao semiaberto. Depois, foi autorizado pela Justiça a cumprir pena em Matupá (680 km de Cuiabá), tendo sido esta sua primeira mudança de endereço. O ex-governador também teve reconhecido o direito a prisão domiciliar em 2019.