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Notícias / Agro e Economia

27/07/2020 às 15:10

Acordo Mercosul-Canadá pode aumentar as exportações brasileiras em US$ 7,8 bi, estima CNA

A pesquisa analisou os desafios e as oportunidades para as cadeias produtivas do setor agropecuário e será lançada na próxima quarta-feira

Edyeverson Hilario

Acordo Mercosul-Canadá pode aumentar as exportações brasileiras em US$ 7,8 bi, estima CNA

Foto: Shutterstock

Estudo feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) indica que a assinatura do acordo de livre comércio entre o Mercosul e o Canadá pode aumentar em US$ 7,8 bilhões o lucro do país, no que diz respeito aos envios de produtos agropecuários.
 
A pesquisa analisou os desafios e as oportunidades para as cadeias produtivas do setor agropecuário e será lançada na próxima quarta-feira (29), durante um webinar sobre o andamento das negociações. Esse encontro contará com a participação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Ministério de Relações Exteriores (MRE).
 
De acordo com a CNA, os resultados do levantamento mostram a relevância do acordo para o setor e vão subsidiar negociadores brasileiros com dados técnicos. Informações que ajudarão na tomada de decisões e na definição do posicionamento do país.
 
Carnes, cereais, farinhas e preparações, frutas, soja e derivados são os produtos do agro que mais têm potencial de serem beneficiados com o acordo, aponta o levantamento. No caso das carnes, o aumento da receita pode chegar a US$ 1,4 bilhão ao ano.
 
“Cortes nobres e de melhor qualidade tendem a ter melhor competitividade no mercado canadense. Animais criados a pasto, menor percentual de gordura e sustentabilidade ambiental chamam a atenção do consumidor médio”, diz o estudo.
 
O levantamento também indica que o segmento de cereais, farinhas e preparações pode ter alta de US$ 771,9 milhões nas vendas ao Canadá, sendo o milho o produto com maior capacidade de aumento de receita, com possibilidade de chegar aos US$ 324 milhões. Além disso, o arroz deve ter potencial explorável no curto prazo, pois já possui alíquota de importação zerada no país norte-americano.
 
No caso das frutas, a oportunidade de comércio é de US$ 751,7 milhões. Apesar de ter impostos zerados, o Brasil ainda é tem pouca participação no abastecimento do mercado canadense para frutas tropicais, como melões, que chegam a 1,7% do mercado, goiabas e mangas, com 8,1% e limões e limas com 1,4%.
 
Já para a soja em grão, óleo e farelo, a estimativa é de aumento de US$ 703,9 milhões, apesar da concorrência com os Estados Unidos. “A proximidade geográfica entre os dois países norte-americanos implica custos menores de logística e de transporte”.
 
O estudo ainda observa que o mercado canadense tende a negociar a eliminação de boa parte das tarifas já no ano seguinte à entrada em vigor dos acordos, o que pode beneficiar os produtores brasileiros em um curto prazo.
 
“Em média, cerca de 89% das linhas tarifárias do setor foram eliminadas no primeiro ano de vigência dos acordos analisados com o Canadá. A redução das tarifas médias em pontos percentuais pode chegar até 8,1%, no caso dos cereais. Para hortaliças e carnes, a redução chega a 5,8% e 5,3%, respectivamente”, diz trecho do estudo.
 
O estudo ainda releva que, de forma generalizada, as tarifas não são altas para os países do Mercosul. Muitos produtos do agro brasileiro já entram nesse mercado livres da incidência de tarifa de importação. Contudo, a Confederação alerta os negociadores para a importância da melhoria das condições de acesso e às medidas não-tarifárias.
 
A análise da CNA conclui que além de gerar impactos positivos nas exportações brasileiras, o acordo Mercosul-Canadá pode expandir as fronteiras comerciais do bloco sul-americano com mercados importadores de alimentos, bebidas e bens agropecuários.
 
“As negociações com o Canadá poderão abrir portas para acordos com outros países, estratégia fundamental para consolidar o agronegócio brasileiro nas principais cadeias globais de alimentos e bebidas”, diz a entidade.
Com assessoria
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