Victtor Cauã Bianchini Silva tinha 17 anos e uma vida pela frente, mas foi impedido de seguir adiante por um preconceito. Ele foi mais uma das vítimas de homofobia. Além dele, outras duas pessoas também foram baleadas quando estavam em um centro espírita na cidade de Rondonópolis no dia 14 de março, noite em que um homem invadiu o local e disparou contra os presente. A motivação de tanto ódio, foi, simplesmente, não aceitar a amizade do filho com homossexuais.
O inquérito que apurou o crime foi concluído esta semana e, após ouvir testemunhas, a Polícia Judiciária Civil apontou que a motivação foi homofobia e não intolerância religiosa como cogitado no início das investigações. O autor dos crimes responderá por homicídio consumado e dupla tentativa de homicídio e está com o mandado de prisão preventiva decretado pela Justiça. Atualmente ele é procurado pela polícia e considerado foragido da Justiça.
Logo no início das investigações, os policiais receberam informações de que o autor do crime era o pai de um frequentador do centro religioso. Além da morte do adolescente, três disparos também atingiram outras duas pessoas, entre elas o responsável pela realização dos cultos religiosos, que foi socorrido e encaminhado para o hospital, conseguindo sobreviver aos ferimentos.
Karla Peixoto Ferraz foi a delegada responsável pelo caso. Ela explicou que, ficou comprovado por meio da oitiva de testemunhas e laudos da perícia, que as vítimas foram surpreendidas pelo suspeito, sem a menor chance de defesa. E ficou evidenciado durante as investigações que a motivação do crime não estava ligada à intolerância religiosa.
“Apesar de ter ocorrido dentro de centro religioso, foi constatado que o crime tem na verdade motivação homofóbica, uma vez que o suspeito não aceitava as amizades do filho por se tratarem de homossexuais”, explicou a delegada.
Com a conclusão do inquérito e indiciamento do autor do crime, as diligências continuam em andamento para localizar o suspeito. O nome do autor do crime não foi divulgado.
