Imprimir

Imprimir Notícia

31/03/2022 às 07:38

Empresa envolvida em arrendamento de terra indígena é alvo da PF

Denise Soares

A Polícia Federal cumpriu, nesta quinta-feira (31), em Confresa, dois mandados de busca e apreensão na 2ª fase da Operação Res Capta. A PF descobriu um esquema criminosos de arrendamento da Terra Indígena Marãiwatsédé para pecuaristas.
 
O coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), Jussielson Gonçalves Silva, foi preso na primeira fase. O cacique Damião Paridzané, líder da comunidade xavante lucrava até R$ 900 mil por mês com o arrendamento ilegal da terra.
 
Um dos mandados foi na sede de uma empresa suspeita de ter atuado decisivamente na camuflagem do suposto recebimento de propinas por servidores da Funai de Ribeirão Cascalheira e o outro na residência do responsável pela empresa.
 
Aquele 10%
 
Através da análise preliminar do material apreendido na 1ª fase da Operação Res Capta, e de depoimentos realizados, apurou-se que as pessoas que arrendavam ilegalmente terra na reserva indígena estavam sendo obrigadas a pagar 10% do valor do arrendamento, de forma antecipada, a servidores da Funai de Ribeirão Cascalheira, por supostos serviços de medição da área.
 
Pagariam, ainda, após a finalização das supostas medições, R$ 5 por hectare medido, o que poderia totalizar aproximadamente R$ 825 mil, considerando a extensão da Terra Indígena.

 
Segundo o teor dos interrogatórios prestados na Delegacia de Polícia Federal em Barra do Garças, os servidores alegaram aos arrendatários que a medições seriam imprescindíveis para formalizar um suposto Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no Ministério Público Federal.
 
Esse TAC, que nunca existiu, permitiria aos arrendatários explorar economicamente a Terra Indígena Marãiwatsédé por até 15 anos.
 
A empresa contratada por um dos servidores da Funai que foi preso na 1ª fase da operação é suspeita de ter papel preponderante no esquema, eis que ela era responsável pela execução dos serviços desnecessários.
 
Suspeita-se que as supostas medições serviriam para camuflar a natureza ilícita dos pagamentos.
 
 Imprimir