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16/05/2022 às 11:52 | Atualizada: 16/05/2022 às 11:56

‘Mulas’ de quadrilha alvo de operação caminhavam até 5 dias para trazer droga da Bolívia

Denise Soares

As pessoas usadas como ‘mulas’ do tráfico pela quadrilha alvo da operação Jumbo, realizada pela Polícia Federal nesta segunda-feira (16), caminhavam por até cinco dias para trazer droga da Bolívia para os limites de fronteira com Mato Grosso.
 
A operação ocorre em Cuiabá, Várzea Grande, Mirassol D `Oeste, Poconé e Pontes e Lacerda.
 
Segundo o delegado federal Jorge Vinícius Gobira Nunes, os investigados tinham contatos diários e transações financeiras com integrantes da maior facção criminosa que atua no estado.
 
Eles tinham as ‘mulas’ que buscavam a droga na Bolívia e transportavam nas costas, carregando em mochilas ou sacos. Carregavam até 30 kg de droga, andando por até cinco dias a pé entre cinco a sete quilômetro da Bolívia até a fronteira com Mato Grosso”, explicou o delegado.
 
Havia o chamado ‘núcleo empresarial’ para a lavagem de dinheiro, que Thiago participava, e o ‘núcleo’ especializado no transporte de cocaína, em que as mulas atuavam.
 
Andavam por cinco dias até a região rural de Porto Esperidião, local onde a droga era armazenada e organizada. Essas pessoas eram resgatadas em veículos e a droga enviada para Cuiabá, onde era distribuída para diversos centros, até o exterior”, completou Gobira.


 

Baleia
 
O empresário Thiago Gomes de Souza, conhecido pelo apelido de Baleia, era um dos principais alvos da PF e foi preso em uma casa de luxo no condomínio Alphaville.
 
Ele é dono de dois postos de combustível usados para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Baleia era taxista e comprou um posto de combustível, mesmo sem ter condições.


 
Ele teve uma ascensão financeira gigantesca que chamou a atenção dos policiais federais. Além de morar em condomínio de luxo, tinha automóveis de luxo e trocava de carro constantemente.
 
Baleia tem antecedente criminal por ter sido ‘dono’ de um ponto de tráfico na capital. Ele entrou no ‘mundo do crime’ comercializando lança-perfume.
 
Os postos de combustíveis eram utilizados para a lavagem de dinheiro, assim como as lojas de conveniência dos locais e até uma mineradora.
 
Na operação a PF prendeu seis pessoas e apreendeu 101 veículos dos investigados, que também tiveram R$ 60 milhões em bens bloqueados pela Justiça.
 
“O dono de boca de fumo ou ex-taxista, não teria esse patrimônio de forma rápida”, finalizou o delegado.
 
A investigação da Polícia Federal evidenciou uma grande organização criminosa voltada ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, que movimentou a quantia aproximada de R$ 350 milhões em um período de quatro anos.
 
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