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09/06/2022 às 07:45 | Atualizada: 09/06/2022 às 08:31

Mãe de Isabele se diz indignada com soltura de adolescente que matou amiga: ‘absurdo’

Denise Soares

A mãe da adolescente Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, se pronunciou, na noite dessa quarta-feira (8), sobre a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) em conceder a liberdade a adolescente que matou a menina, em Cuiabá.
 
Patrícia Ramos classificou a situação como inconcebível e absurda.
 
Estou indignada, surpresa, aflita. Minha filha não foi morta com uma arma de gatilho simples, mas uma arma que teve que ser municiada, alimentada e carregada. A atiradora era perita nisso...foi morta sem qualquer chance de defesa”, declarou em uma rede social.
 
A adolescente permaneceu internada por 1 ano e 4 meses, quase metade do tempo máximo de internação de ato infracional, que é de três anos de internação.
 
A adolescente, hoje com 16 anos, estava no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) feminino.
 
A Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso julgou o processo da sessão desta quarta-feira e, por maioria, foi desclassificada a conduta de dolosa para culposa.

Ou seja, no entendimento da Justiça o crime foi praticado sem intenção.
 
Desqualificar esse crime de doloso para culposo é inconcebível. Não vou me calar diante de tamanho absurdo”, afirmou a mãe de Isabele.


 
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) já foi notificada sobre a decisão.
 
O crime
 
Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, morreu no dia 12 de julho de 2020. Ela passava a dia na casa da melhor amiga, uma adolescente de 14 anos na época, filha da família Cestari.

Ela foi atingida por um tiro na cabeça, quando estava dentro do banheiro, no closet do quarto da atiradora, no condomínio de luxo Alphaville.
 
A defesa da menor alega que o tiro ocorreu de forma acidental, após a queda do case na porta do banheiro. A perícia descartou essa hipótese.
 
A menor que assumiu a autoria do tiro foi condenada por ato análogo a homicídio, a três anos de internação, com prazo de reavaliação semestral.
 
A defesa colecionou várias derrotas de pedido de Habeas Corpus impetrados no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, no Superior Tribunal de Justiça e até mesmo no Supremo Tribunal Federal.
 
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