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25/07/2022 às 16:55 | Atualizada: 25/07/2022 às 16:56

Testemunhas dizem que ‘Japão’ tentou acalmar namorada antes de ser morto por Paccola

Jardel P. Arruda

Pelo menos duas testemunhas do homicídio do agente do sistema socioeducativo  Alexandre Miyagawa, no dia 1º de julho, afirmam que a vítima tentou acalmar a namorada antes de ser morto com três tiros pelas costas, disparados pelo vereador Marcos Paccola (Republicanos). A informação foi publicada em reportagem do SBT Comunidade, nesta segunda-feira (25).

Essas informações constam do inquérito policial concluído pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoas (DHPP), que culminou com indiciamento de Marcos Paccola por homicídio qualificado, por impossibilitar a defesa da vítima. O documento  foi remetido ao Ministério Público, autor da Ação Penal. A pena para homicídio qualificado varia de 12 a 30 anos de prisão.

De acordo com as testemunhas, Alexandre, conhecido como “Japão”, tentou acalmar a namorada, que estava discutindo com as pessoas da conveniência, quando ela então o desafiou a sacar a arma. “Você não é o machão? Então mostra que está armado e atira neles”, teria dito a namorada, segundo uma das testemunhas.

Nesse momento, Japão sacou a arma e a apontou para cima, para depois a abaixar e seguir andando em direção ao carro, atrás da namorada, sem mirar na direção de nenhuma pessoa.

Essas declarações contrariam a versão da namorada da vítima, no entanto. Ela diz que Alexandre queria discutir com as pessoas presentes na conveniência e negou ter pedido a ele para sacar a arma.

O caso 

O parlamentar é investigado em inquérito policial que apura a prática do crime de homicídio que vitimou o agente penal Alexandre Miyagawa de Barros, ocorrido em 1º de julho, por volta das 19h15, em via pública do bairro Quilombo, em Cuiabá.

Um vídeo do momento do tiro foi divulgado e as imagens mostram que a mulher estava discutindo com algumas pessoas na conveniência, quando Alexandre se aproxima e ela o empurra.

Depois de algum tempo, ele vai novamente atrás da mulher, que segue discutindo com algumas pessoas já dentro da conveniência.

A namorada volta a empurrá-lo, momento em que Alexandre levanta as mãos. Ela sai andando e ele a segue com as mãos para baixo e é baleado ainda de costas para o parlamentar, que atira cerca de 3 segundos após virar a esquina.

O vereador alega ter agido para assegurar uma suposta proteção da mulher do agente, oportunidade em que alega ter verbalizado por quatro vezes, para que o Alexandre largasse a arma.

Toda a ação ocorrem questão de minutos. Um vídeo mostra que o tempo que Paccola gastou entre descer do carro e atirar foi de dois minutos
 
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