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10/03/2023 às 07:43 | Atualizada: 10/03/2023 às 08:18

Desenvolvimento de MT enfrenta a ignorância sobre realidade ambiental e interesses estrangeiros

Jardel P. Arruda

Enquanto em muitos países no exterior o desmatamento já atingiu níveis irreversíveis e só há mata em unidades de conservação, no Brasil cada propriedade rural mantém sua própria reserva ambiental, que varia entre 20% a 80% da área da propriedade. Essa diferença de realidade, bem como os interesses econômicos de países desenvolvidos, são obstáculos que precisam ser vencidos  para garantir o desenvolvimento sustentável do Brasil.

Esse é um resumo da opinião da secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazaretti, que conversou com a imprensa durante o lançamento da Operação Amazônia, para combater o desmatamento ilegal em Mato Grosso, nesta semana, sobre os desafios do estado nas questões ambientais para mudar a percepção internacional sobre o estado.

“Sem sombra de dúvidas há não só uma desinformação, um desconhecimento de como é a legislação brasileira e até um desconhecimento de procedimento. É muito difícil, quando a gente fala de organismos internacionais, eles entenderem que há desmatamento legal porque nos demais países não tem mais desmatamento porque eles já desmataram tudo e áreas protegidas são só áreas de unidades de conservação, o que é uma realidade absolutamente diferente do Brasil em que cada propriedade mantém uma reserva”, disse.

Contudo, para além do desconhecimento, a secretária também ressalta que os países desenvolvidos possuem interesses econômicos em jogo. Nesse caso, a disputa por mercados pode influenciar o debate ambiental e, para sair fortalecido, o Brasil precisa ter objetivos claros.

“O que nós temos que defender é que nós somos um país em desenvolvimento e esse desenvolvimento tem que ser garantido, mas tem que ser respeitadas normas brasileiras para que a gente tenha como, ao longo do tempo, garantir nosso maior ativo que é o clima e os ativos ambientais. Esse é nosso objetivo. Mas isso é difícil quando se trata de países que já usaram seus recursos naturais, que já tem uma matriz econômica absolutamente diferente, querem se aproveitar e querem, na verdade, ter o maior lucro possível partindo dessa exploração dos países em desenvolvimento”.

E, nesse aspecto, a secretária ressalta a necessidade de melhorar a comunicação agroambiental, mesmo alerta feito por entidades do agronegócio. “Falta também informação aqui no Brasil. Infelizmente nós comunicamos melhor os dados ruins do que os nossos dados positivos”.
 
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