Preferência de Janja pode definir a disputa entre PF e militares sobre quem vai cuidar da segurança de Lula
De Brasília - Ângelo Nascimento
A Polícia Federal (PF) deve vencer a queda de braço com os militares e ficar definitivamente com a segurança pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo fontes, a primeira-dama Janja Lula da Silva tem dito que prefere manter a segurança direta da família sob os cuidados da PF, o que deve acentuar o desentendimento entre a corporação e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que defende que a segurança do presidente volte a ser feita por militares.
Pelo decreto que criou a Secretaria Extraordinária de Segurança do presidente, a PF ficaria com a segurança direta de Lula, Janja, dos filhos do presidente e do vice Geraldo Alckmin (PSB) até o dia 30 de junho. A mudança gerou mal-estar no Ministério da Defesa e no GSI e afetou o dia a dia de policiais federais e militares.
A PF, inclusive, chegou a apresentar um estudo a Lula na tentativa de manter a segurança pessoal do presidente. No documento, a corporação argumenta que a presença de militares no dia a dia das decisões políticas - acompanhando intimamente o presidente - é um desvirtuamento e pode comprometer a estrutura democrática e institucional.
Historicamente, a função sempre foi desempenhada pelo GSI, mas após os atos de 8 de janeiro, quando extremistas invadiram o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, o órgão passou a ser visto com desconfiança por Lula e integrantes do governo. À época, o presidente chegou a declarar que estava convencido de que as portas do Planalto foram deliberadamente abertas durante a invasão.
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