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25/07/2023 às 12:15 | Atualizada: 25/07/2023 às 12:16

Mãe de Isabele lamenta decisão que extinguiu processo contra atiradora: 'Estão matando a minha filha novamente'

Kamila Arruda

A mãe de Isabele Ramos, Patrícia Hellen Guimarães Ramos, lamentou a decisão judicial que extinguiu o processo contra a  adolescente que atirou em sua filha em julho de 2020. Isabele morreu com um tiro no rosto, na casa da atiradora.

A decisão  foi proferida pela 2º Vara Especializada de Infância e Juventude, que 
levou em consideração o cumprimento integral da medida socioeducativa de liberdade assistida. 

“A cada decisão, com um resultado como este, tenho a mesma sensação horrível do dia que vi o corpo da minha filha estirado no chão sobre uma poça de sangue. Talvez este pessoal não saiba, mas, eles estão matando a minha filha novamente”, disse.

Por meio de nota, ela demostrou a sua indignação com o Judiciário de Mato Grosso, que mudou a tipificação da infração de análoga a homicídio doloso para culposo.

“Como pode a “Justiça”, simplesmente ignorar todas as provas técnicas obtidas através de inquestionáveis perícias realizadas por profissionais gabaritados e mudarem a tipificação do crime cometido, comprovadamente a sangue frio contra a vida da minha filhinha, que não teve a mínima chance de se defender?”, questionou.

Por fim, ela completa dizendo que irá continuar lutando por Justiça. “Saibam que jamais me calarei e continuarei a minha luta para que a verdade dos fatos daquele terrível dia 12 de julho de 2020 seja reestabelecida. Não terei mais a minha Bele de volta e por isto, a minha alma chora e clama por justiça”, finalizou.

 
No início desta semana,  a juíza Leilamar Aparecida Rodrigues, responsável pela 2º Vara Especializada de Infância e Juventude, extinguiu o processo de execução de medida socioeducativa contra a adolescente que atirou e matou Isabele Ramos.

A magistrada levou em consideração o cumprimento integral da medida socioeducativa de liberdade assistida, tendo em vista que ficou internada no Complexo do Pomeri por um ano e cinco meses [de janeiro de 2021 a julho 2022], e ainda apresentou relatório de escolaridade, plano futuro de cursar medicina e ainda realização de cursos de inglês e redação.

O crime
 
Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, morreu no dia 12 de julho de 2020. Ela passava a dia na casa da melhor amiga, uma adolescente de 14 anos na época, filha da família Cestari.

Ela foi atingida por um tiro na cabeça, quando estava dentro do banheiro, no closet do quarto da atiradora, no condomínio de luxo Alphaville.

A defesa da menor alega que o tiro ocorreu de forma acidental, após a queda do case na porta do banheiro. A perícia descartou essa hipótese.

A menor, que assumiu a autoria do tiro, foi condenada por ato análogo a homicídio, a três anos de internação, com prazo de reavaliação semestral.
 
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