'OAB fez sua parte', diz presidente da instituição sobre paridade de gênero na lista sêxtupla
Kamila Arruda
A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso, Gisela Cardoso, lamentou o fato de o Judiciário não ter escolhido nenhuma mulher para integrar a lista tríplice do quinto constituiconal para a vaga de desembargador.
Para montar a lista sêxtupla que foi enviada ao Tribunal de Justiça no ano passado, a entidade aprovou uma série de critérios, dentre eles a paridade de gênero.
Respeitando essa cláusula, o OAB montou uma lista contendo três homens e três mulheres. Trata-se de Hélio Nishiyama, Abel Sguarezi, Flaviano Taques, Juliana Zafino, Dinara de Arruda e Glaucia do Amaral.
Nesta segunda-feira (19), contudo, o pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso se reuniu para definir a lista tríplice da OAB e "excluiu", as três mulheres da "disputa" pela vaga de desembargador do Estado.
"A OAB fez o papel dela. Eu falei desde o início, foi uma comemoração nossa dentro do sistema, o conselho que abraçou a paridade. Hoje a paridade é uma realidade. As mulheres são a maioria dos inscritos no quadros da OAB, e proporcionar às mulheres iguais condições é algo que a gente deve", disse Gisela após a definição da lista tríplice na manhã de hoje.
Ela lamenta o fato de nenhuma das mulheres indicadas ter votos suficientes para compor a lista, mas enaltece o trabalho das advogadas.
"Nós mandamos uma lista paritária com muita alegria. Aqui no Tribunal foram todas muito bem votadas, tiveram o trabalho reconhecido. Mas, infelizmente, não tiveram votos o suficiente para estar na lista tríplice", completou.
Os nomes foram definidos por meio de votação, onde Nishiyama foi o jurista mais votado. A expectativa é que ele seja escolhido como o novo desembargador, tendo em vista a sua proximidade com o governador Mauro Mendes.
Nishiyama é advogado do chefe do poder Executivo Estadual, e é o gestor quem irá definir e nomear quem irá ocupar a vaga.
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