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03/04/2024 às 13:34 | Atualizada: 03/04/2024 às 13:42

'Lugar de bandido não é na política', diz Mendes sobre pretensão de candidatura de membros de facção criminosa

Da Redação - Kamila Arruda / Da Reportagem Local - Jardel P. Arruda

“Lugar de bandido não é na política”. Essa declaração do governador Mauro Mendes (União) diz respeito a Operação Apito Final, deflagrada pela  Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) nesta terça-feira (2), a qual aponta que dois integrantes de uma facção criminosa de Cuiabá estariam se preparando para disputar a eleição deste ano para vereador.
 
“Essa informação é importante, relevante e perigosa. Nós já sabíamos, estávamos trabalhando nos bastidores com isso, que o crime organizado vem tentando infiltrar pessoas, não só em Mato Grosso, mas no Brasil interino, dentro da política, elegendo cargos importantes para tentar influenciar o poder público por dentro”, disse o chefe do poder Executivo nesta quarta-feira (3).
 
Ele classifica a situação como “perigosa” e pede maior atenção dos órgãos da segurança pública, bem como do Judiciário e Ministério Público.
 
“Isso é perigoso, vai demandar dos órgãos responsáveis uma atenção muito maior e, acima de tudo, ações mais contundentes para que isso não aconteça. Lugar de bandido não é na política fazendo aquilo que deve ser feito por cidadão de bem, e sim na cadeia, e aqueles que estão na política fazendo isso deviam estar lá [na cadeia]”, completou.
 
A Operação Apito Final trouxe à tona que ao menos dois integrantes de uma grande facção criminosa do estado pretendiam disputar uma cadeira na Câmara de Cuiabá no pleito deste ano.
 
Fagner Paelo e o advogado Jonas Cândido foram presos nesta terça-feira (2) e estavam se preparando para o processo eleitoral. A campanha dos criminosos, inclusive, seria financiada por lavagem de dinheiro, prática pela qual foram presos.

Fagner e Jonas são irmão e advogado, respectivamente, do tesoureiro de uma facção criminosa atuante em Mato Grosso, Paulo Witer Farias Paelo, mais conhecido como W.T. Ele, inclusive, foi preso na sexta-feira (29), durante a Operação WO.
 
Os alvos são investigados por um grande esquema de lavagem de dinheiro que chegou a movimentar R$ 65.933.338,00 milhões em dois anos. Dinheiro este, que seria utilizado para financiar a campanha  de Fagner e do advogado de W.T.
 
Vale ressaltar que, Jonas se filiou na semana passada no União Brasil e pretendia concorrer a uma cadeira no Legislativo Cuiabano pelo partido que tem como presidente estadual o próprio governador.
 
“Todos nós temos que estar atento, todos os partidos. Entretanto, muitas vezes, você não tem os mecanismos adequados para perceber isso. Só uma investigação e uma materialização dessa investigação, pode dar aos partidos, seja eles qual for, elementos para recusar uma filiação ou impedir uma eventual candidatura”, finalizou Mendes.
 
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