Jonas Cândido da Silva, advogado do tesoureiro de uma facção criminosa em Mato Grosso, Paulo Winter Farias Paello, mais conhecido como W.T., foi servidor da Câmara de Cuiabá por 7 anos e se filiou ao União Brasil para pleitear uma cadeira no Parlamento Municipal no pleito deste ano.
Conforme informações apuradas pelo Leiagora, o advogado, considerado "braço jurídico" da facção criminosa, se filiou ao partido União Brasil na semana passada. Ele foi preso ontem (2), em Maceió.
Mirando à Câmara de Cuiabá, o jurísta já possui um histórico na Casa de Leis. Cândido foi nomeado em 2013 pelo ex-vereador Ricardo Saad e foi exonerado definitivamente em 2020, ou seja, foi servidor comissionado durante 7 anos. A informação foi confirmada no Portal Transparência.
Prisão
A prisão de Jonas ocorreu nesta terça (2), em Macéio (AL). O investigado estava na cidade turística prestando assistência jurídica à W.T., que foi preso na sexta (29), alvo da Operação W.O., braço direito da Apito Final, o qual ele também é investigado.
Nas redes sociais, o advogado chegou a publicar no stories sua ida à Máceio. Com uma foto dentro de um carro, destacando ao fundo o mar. " Hoje foi de de trabalho e de aproveitar o trajeto para apreciar a paisagem", escreveu na imagem.
A investigação da GCCO, realizada ao longo de dois anos, apontou que W.T, utilizou o advogado, e outras diversas pessoas como ‘laranjas’ - para adquirir imóveis, comprar e vender carros e atuar na locação de veículos com o dinheiro das práticas criminosas.
Além de Jonas, uma outra advogada do tesoureiro da facção criminosa, também foi presa por envolvimento no esquema. A mulher, identidade não revelada, foi detida na cidade de São José do Quatro Marcos. A informação foi confirma na terça (2), pelo delegado da delegado-adjunto da GCCO, Rafel Scatolon.
Movimentação de R$ 65 milhões
Segundo a Polícia Civil, o esquema de lavagem de dinheiro chegou a movimentar R$ 65.933.338,00 milhões no período de dois anos.
A investigação teve início após a GCCO apurar que o principal alvo da operação e responsável pelo tráfico de drogas na região do Jardim Florianópolis, se tornou tesoureiro da facção criminosa atuante no estado, depois que deixou a prisão na Capital.
O dinheiro era movimentado em contas bancárias e, posteriormente, convertido em ativos lícitos para dissimular e ocultar a origem ilícita dos valores.
Além da vultosa movimentação bancária, a investigação da Polícia Civil identificou a aquisição de inúmeros terrenos, casas e apartamentos, muitos em condomínios de classe média na capital, todos adquiridos em nome de “testas de ferro”, mas diretamente vinculados com o alvo principal da investigação. Também foram descobertas as aquisições de veículos com a utilização de garagens na compra e venda, como forma de dissimular a posse e propriedade dos automóveis.
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