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03/05/2019 às 18:00 | Atualizada: 11/05/2019 às 00:40

Saiba como está a adequação das artes nas escolas e a realidade da dança em MT

Maisa Martinelli / Iury Lupaudi

 A Sexta Cultural do LTV recebe nesta edição a professora de balé clássico, Anna Paula Cambahuba, para falar sobre essa linguagem artística e suas formas de expressão. Mestre em balé clássico pela Faculty of Education Royal Academy of Dance, ela também é advogada e voluntária no Instituto Cultural Clélia Cambahuba.

O papo inicia com uma polêmica: introdução no processo educativo da criança e adolescente, prevista na Lei nº 13.278/2016, sancionada pela ex-presidente Dilma Rousseff, que estabelece as artes visuais, a dança, a música e o teatro como parte da grade curricular. Ela considera que a legislação possui duas vertentes, pois, no seu ponto de vista, o governo teve boas intenções ao introduzir as linguagens artísticas no ensino, no entanto, não estabeleceu como isso iria ser tratado dentro das escolas.

“Pulverizou, no meu caso do balé clássico, que, hoje, em todos os lugares você encontra a oferta de balé, mas não capacitou essas pessoas. Trata-se ainda como atividade extracurricular, não de forma introduzida realmente na atividade educacional, mas essa atividade extracurricular acabou não proporcionando que os verdadeiros profissionais tivessem o campo”, pondera. “Muitas pessoas que fazem balé há dois anos, ou um ano e meio, estão hoje sendo considerados professores de balé e não têm formação”, conclui.

A bailarina ainda pontua que a falta de capacitação acaba por trazer uma injusta concorrência com aquele profissional que se dedicou por vários anos, já que costuma ser mais caro para o mercado de trabalho. “Na dança sempre vai ter alguém que faz bem mais barato, porque a formação do professor que se qualificou mesmo tem que ter a noção de língua estrangeira – o francês e o inglês – aquele que quer ser bom tem que ter um estudo muito grande nisso aí. E isso tem custo”, argumenta Anna Paula, destacando todo o caminho que deve ser percorrido por aquele que quer ser um bom profissional.

Veja a SEGUNDA PARTE: 
'Tirar a arte da gente é uma tristeza' diz artista sobre a 'decadência cultural' - vídeo

Para os pais que desejam colocar seus filhos no balé, Cambahuba dá a dica de se atentar em relação ao local onde serão ministradas as aulas, a metodologia utilizada e a capacitação do professor. “Olhar o currículo do professor; saber quem é o professor; olhar qual é a base metodológica que ele vai trabalhar com seu filho; qual o plano pedagógico que vai ser trabalhado e saber o local”, aconselha.

Anna Paula ainda fala quando pais querem impor que a criança treine balé, apenas para satisfazer um gosto pessoal. “Às vezes, a criança precisa de um estímulo inicial, mostrar pra ela a arte, mostrar as possibilidades, mas não obrigar essa criança a fazer algo que ela não quer”, finaliza.

Assista o vídeo e veja a primeira parte da entrevista, que terá continuação na próxima semana.
 
 
 
 
 
 
 
 
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