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18/06/2019 às 15:51

Diretor da PCE sabia da entrega de freezer com celulares a líderes de facção criminosa

Luzia Araújo

A Polícia Judiciária Civil (PJC) apurou que os militares enviaram o freezer que era destinado a um dos líderes de uma facção criminosa atuante no Estado, com a ciência do diretor e do subdiretor da Penitenciária Central do Estado (PCE).

No dia 6 de junho, foram localizados dentro do freezer 86 aparelhos celulares, dezenas de carregadores, chips e fones de ouvido.

Ao longo das investigações, a Polícia Civil conseguiu comprovar que na mesma ocasião, duas horas antes do freezer ser interceptado, os três militares e os diretores da unidade, participaram de uma reunião a portas fechadas com o preso líder da organização criminosa, por mais de uma hora, dentro da sala da direção. "Toda a dinâmica dos fatos foi registrada pelas imagens da unidade prisional”, aponta o relatório da investigação.

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No decorrer das investigações, ficou constado ainda que o veículo utilizado para a entrega do freezer, na unidade, pertence a outro reeducando, que também é considerado uma das lideranças da mesma facção. Esse reeducando divide cela com o destinatário do equipamento.

O delegado, Frederico Murta, que a prisão não é algo que deixa a instituição feliz, mas necessário pelo cumprimento do dever.

“Temos colegas extremamente competentes. A Polícia Militar e o Sistema Penitenciário são grandes parceiros e estão conosco no combate à criminalidade, mas devido essa situação grave tivemos que tomar uma atitude rápida e eficaz. Isso da mesma forma que temos que enaltecer aqueles que fazem um bom trabalho, não podemos admitir que atitudes como essa sejam omitidas ou deixem de tomar as providências devidas”, disse.
A operação foi resultado de investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

“Trata-se de uma investigação séria que vem desde o início do ano, com acompanhamentos permanentes contra facções criminosas e acabamos nos deparando com essa situação envolvendo servidores públicos. Tivemos a infelicidade de nos depararmos com servidores nesse ato ilícito. Não foi com nenhuma satisfação que descobrimos isso e desencadeamos essa operação”, completou o delegado titular da GCCO, Flávio Stringueta.

Além das prisões preventivas dos servidores públicos e dos líderes da facção criminosa, foram cumpridas medidas de busca e apreensão nas dependências da Penitenciária Central do Estado.
Com informações da Assessoria da PJC
 
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