27/08/2019 às 13:44 | Atualizada: 27/08/2019 às 13:46
Valtenir é ouvido pela PF sobre desvio de R$ 601 mil para construção de pontes
Luzia Araújo
O ex-deputado federal Valtenir Pereira (MDB), um dos alvos na 2ª fase da Operação Tapiraguaia, negou qualquer envolvimento no esquema apurado pela Polícia Federal (PF). A investigação aponta o desvio de R$ 601 mil de recursos públicos federais e pagamentos de propinas nas prefeituras de Confresa e Serra Nova Dourada. A operação foi deflagrada na última quinta-feira (22).
Valtenir prestou esclarecimentos em depoimento ao delegado-chefe das investigações, Divino Alves Caetano Neto, nessa segunda-feira (26), na sede da PF, no município de Barra do Garças (503 km distante de Cuiabá). Atualmente, o medebista está como suplente de deputado.
O ex-parlamentar é apontado como líder do esquema na época em que ocupava o cargo público. O delegado Regional Contra o Crime Organizado da PF, Carlos Henrique Cotta Dangelo, disse que as investigações indicam que Valtenir atuava para favorecer municípios.
“Este é realmente um papel legítimo de um parlamentar, atrair recursos para a sua região. Porém, ele [Valtenir] o fazia em conluio com prefeitos e empreiteiros para que esse dinheiro chegasse, mas, infelizmente, ele não era empregado nas obras como contratado”, destacou.
Segundo as investigações, Valtenir teria viabilizado a realização de convênios entre o Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional da Defesa Civil, e as prefeituras com a justificativa de construção de pontes de concreto emergenciais, devido às enchentes provocadas pelas chuvas.
Carlos Henrique pontuou que havia contratos grandes realizados com o Ministério da Infraestrutura que chegavam lá [nos municípios] e verificaram que as pontes não foram construídas.
No dia da operação, Valtenir disse, por meio de nota divulgada em suas redes sociais, que ficou surpreso com a diligência que foi realizada em sua casa no dia do aniversário de sua filha. E que está absolutamente tranquilo, alegando que não fez nada de errado.
“Estou absolutamente tranquilo porque não fiz nada de errado. A relação que tenho com as prefeituras em questão é institucional. Tudo será devidamente esclarecido na instância adequada. Estou à disposição das autoridades e confio na Justiça ”, disse em nota.
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