17/10/2019 às 08:17 | Atualizada: 17/10/2019 às 08:41
Barbudo se posiciona contra Bolsonaro ao apoiar rival na Câmara
Luana Valentim
Declarando por diversas vezes que ficaria ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PSL) até a morte, o deputado federal Nelson Barbudo (PSL) tem se mostrado divergente a Bolsonaro ao ficar contra o seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro na eleição do líder do PSL na Câmara.
Barbudo depositou seu apoio ao adversário, o deputado federal Delegado Waldir que é apoiado pelo fundador e presidente da sigla Luciano Bivar.
Ainda no início desta semana, Bolsonaro listou nomes de sete deputados federais aos quais ele considera como traidor em meio à crise no partido e o nome de Barbudo está entre eles por ter ficado, segundo ele, do lado de Bivar.
Mesmo com pedido pessoal do presidente, Barbudo, que em fevereiro falou da tribuna da Câmara que iria até a morte com Bolsonaro, opta por contraria-lo e ficar ao lado do grupo do Bivar.
Deve-se levar em consideração ainda que, somente nesta semana, Barbudo não só elogiou Bivar em toda fala, como também disse que deve lealdade a Waldir rasgando elogios a ele. Ou seja, Barbudo e Bolsonaro efetivamente estão em grupos opostos.
A disputa estava acirrada onde 27 deputados declararam apoio a Eduardo Bolsonaro. No entanto, ocorreu uma reviravolta na noite dessa quarta-feira (16), e a ala bivarista apresentou outro documento com 32 assinaturas em apoio ao deputado Delegado Waldir, onde constava o nome de Barbudo.
Mas pouco tempo depois dessa manobra, a ala bolsonarista voltou a apresentar um novo documento, com 27 assinaturas, para manter Eduardo Bolsonaro na liderança. Segundo eles, esta última é a que vale.
Agora, caberá à área técnica da Câmara fazer a contagem das assinaturas das listas e enviar o caso ao presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Essa quebra dentro do partido iniciou com a saída da senadora Selma Arruda (Podemos) da sigla, após, o presidente fez criticas a Bivar que, por sua vez, respondeu afirmando que a intenção de Bolsonaro é "descartar" o partido para tentar se reeleger em 2022. Agora, vários membros do PSL já anunciaram que, caso Bolsonaro saia do partido, irão acompanha-lo.
Um deles é o deputado estadual Delegado Claudinei (PSL) que disse nessa quarta-feira que não ficará na sigla se Bolsonaro sair. Assim também vem declarando o vereador Kero Kero (PSL). Com essa quebra, pode ser o fim da força PSL no país.
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