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01/06/2020 às 09:05 | Atualizada: 01/06/2020 às 13:04

Momento de começar isolamento em Cuiabá talvez fosse hoje, avalia Mauro Mendes

Camilla Zeni

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), voltou a criticar as prefeituras do estado que, em sua visão, teriam se adiantado com medidas de prevenção ao novo coronavírus. Para ele, o momento ideal para o fechamento das atividades econômicas seria agora, quando os casos do novo coronavírus começam a crescer.

Em Cuiabá, as primeiras medidas de isolamento da população foram tomadas no dia 20 de março, quando o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) mandou fechar o comércio, reduzir a frota de ônibus e adotou o teletrabalho para os servidores da prefeitura. Naquele dia a Capital reconheceu o primeiro caso de covid-19 (doença causada pelo vírus), sendo também o primeiro do Estado.

“Talvez seria o momento de, aqui em Cuiabá, começar agora o processo de paralisação, porque já estamos com mais de 700 casos oficiais. A estatística é que para cada um caso oficial você tenha 10, 15, 20 outros [casos não detectados], dependendo da localidade”, avaliou Mauro, em entrevista a rádio Mega FM, nesta segunda-feira (1º).

Mauro destacou que o chamado “lockdown”, termo que se refere ao fechamento de atividades, é instituído, no caso da área da Saúde, para evitar a curva de crescimento de uma doença. Por isso, em sua avaliação, o momento de fechamento das atividades adotado por Cuiabá e outras prefeituras não foi o ideal: “a curva nem tinha começado”.

“A paralisação é um remédio necessário, que pode e deve ser aplicada, mas no momento correto, porque ela traz efeito colateral. Ela destroi empresas, empregos, afeta a vida das pessoas. Quantas pessoas estão chorando pelos cantos de Cuiabá, Várzea Grande, do Brasil inteiro, porque estão perdendo emprego e não têm o que comer em casa? Como que eu vou fazer com isso?”, comentou o governador.

Medidas de prevenção
No fim de março o governo já tinha lançado mão das primeiras medidas de prevenção estaduais. No dia 16 daquele mês, Mauro anunciou a suspensão de eventos com mais de 200 pessoas e das atividades escolares, que estavam previstas para retornar no dia 23 de março. 

No dia 20, o governador mato-grossense editou novo decreto, mandando suspender atividades em parques e ginásios, além de feiras. Ele decretou que atividades que não poderiam ser realizadas com distanciamento mínimo entre os participantes de 1,5 metros também deveriam ser suspensas. Em relação a bares e restaurantes, reduziu a capacidade de atendimento presencial para, no máximo, 50%. 

Contudo, alguns prefeitos, como o de Cuiabá, foram mais radicais. No decreto de 20 de março, quando reconheceu situação de emergência na capital, Emanuel Pinheiro determinou o fechamento de bares e restaurantes, igrejas, templos, feiras, clubes, academias e shoppings centers. 

As atividades começaram a retornar no dia 27 de abril, quando alguns setores foram liberados para funcionar. Na última quinta-feira (28) foi a vez da liberação de bares e restaurantes, que voltarão a receber o público a partir de 3 de junho, em horário reduzido. Shoppings também poderão reabrir as portas na próxima semana. 

“Na hora que deveria parar, está todo mundo louco para voltar, fazendo pressão para voltar. Ai prefeitos e governadores, como aqui em Cuiabá, liberando tudo na hora que a curva está crescendo. E libera tudo porque ninguém aguentaria ficar 60, 90, 120 dias parado”, criticou Mauro.

Covid-19
Atualmente, segundo boletim da Secretaria de Saúde, Cuiabá possui 747 casos confirmados de covid-19, sendo que 212 pessoas estão recuperadas da doença. Contudo, a capital registra 10 mortes em decorrência do vírus, sendo a segunda em ranking estadual de mortalidade. O município que registrou mais óbitos até esse domingo (31) foi Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá. Lá foram 12 casos fatais.
 
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