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20/07/2020 às 09:10 | Atualizada: 24/07/2020 às 11:46

Mãe de Isabele não acredita em tiro acidental na cabeça: 'não podia ser no braço?'

Camilla Zeni

Uma semana de luto e muita dor. Patrícia Hellen Ramos, mãe da adolescente Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos, clama por respostas e justiça. Há uma semana a filha não volta para casa. Ela foi morta no dia 12 de julho, um domingo, na casa da melhor amiga, uma adolescente de mesma idade, com um tiro no rosto. 

Em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, Patrícia afirmou que sabia que a família Cestari, com quem sua filha passou as últimas horas de vida, era praticante de tiro esportivo. Ela disse que não sabia, porém, que na casa havia um arsenal e que as armas circulavam livremente pelos ambientes, e carregadas. 

“Minha filha saiu da minha casa para fazer um bolo e saiu de lá carregada pelo IML. Essa é a triste realidade disso”, afirmou à reportagem.

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“Eu sabia que eles eram todos praticantes de tiro. Mas eu não sabia que eles tinham um arsenal em casa. E eu muito menos sabia que armas circulavam na casa de maneira deliberada, muito menos carregadas. Senão eu nunca teria deixado minha filha frequentar a casa deles”, completou.

De acordo com Patrícia, na noite do crime, ela chegou a ser chamada pela família da amiga. A ela, foi dito que Isabele tinha sofrido um acidente. No entanto, quando ela chegou no local, viu o corpo da menina estirado no banheiro, e alguém lhe fazendo massagem cardíaca. “Eu pensei: por que ele estava fazendo massagem cardíaca nela se ele sabia que ela estava morta?”, relatou.

Patrícia afirmou que não acredita na versão contada pela amiga da filha, de que as armas teriam escorregado e o tiro teria disparado sozinho. Ela observou que não entende de armas como as outras famílias, mas acha improvável o tiro ter acertado exatamente na cabeça de Isabele. “Não podia ser no braço? Na perna?”.

O novo delegado responsável pelas investigações, Wagner Bassi, ponderou que as armas encontradas na casa onde o crime aconteceu eram todas modificadas para a prática de tiro esportivo. Com isso, o acionamento do gatilho se tornou mais ele. Ele investiga agora se a arma pode, de fato, ter disparado sozinha.

O delegado pediu imagens de segurança do condomínio e novas perícias na casa onde tudo aconteceu. Ele quer saber se há vestígios de sangue em outros cômodos.

O dono da casa, Marcelo Cestari, chegou a ser preso por posse irregular de arma, uma vez que duas das sete armas encontradas no local não tinham documentação. Ele pagou uma fiança de R$ 1 mil e foi liberado. Depois a Justiça aumentou o valor para R$ 209 mil, a pedido da família de Isabele. Ele recorreu e, nesse domingo (19), conseguiu suspender a decisão que o obrigava a pagar novo valor.

Confira a reportagem completa aqui.
 
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