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08/08/2020 às 08:14 | Atualizada: 08/08/2020 às 08:23

Comando Geral da PM pede apuração sobre presença de presidente da federação de tiro no local da morte de Isabele

Eduarda Fernandes e Luzia Araújo

O Comando Geral da Polícia Militar pediu investigação sobre o fato de o presidente da Federação de Tiro de Mato Grosso, Fernando Raphael Ferreira de Oliveira, que também é 3º sargento PM, ter estado no condomínio Alphaville, em Cuiabá, na noite em que a adolescente Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, foi morta.

Por meio de nota, informa que na tarde desta sexta-feira (7) recebeu do advogado da família de Isabele, Hélio Nishiyama, cópia do depoimento prestado por Fernando Raphael, no qual o militar declara que estava de serviço no bairro Pedra 90 e na noite na morte da adolescente esteve no local do fato. Anexo à cópia do depoimento, o advogado solicita a escala de serviço do policial.

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“O Comando da PMMT informa ainda que encaminhou a documentação à Corregedoria Geral para análise e instauração de competente procedimento apuratório quanto às circunstâncias e argumentos utilizados pelo policial para sua saída do local de trabalho (no Pedra 90), análise da conduta e de sua presença no local”, diz trecho do comunicado emitido pelo Comando da PM.

O presidente da Federação confirmou à imprensa que de fato esteve no local do crime naquele dia, porém duas horas após a morte de Isabele. De acordo com Fernando, ele não recebeu nenhuma ligação de qualquer pessoa da família do empresário Marcelo Martins Cestari, dono da residência onde a menor foi morta.

Ele teria ficado sabendo do fato por terceiros e se prontificou a ir na residência por envolver membros da federação e ainda tentar amenizar o impacto negativo ao esporte que o caso poderia causar. "Nós estivemos na casa por conta de eu ser presidente da Federação e estar envolvendo atletas do tiro. Eu como presidente deveria estar lá, assim como presidente da OAB vai quando tem advogado preso, sou presidente de uma associação e tenho que dar suporte aos atletas. (...) Marcelo não me ligou, ninguém da família me ligou, fui informado por outro atleta que tem um vizinho dentro do condomínio que disse que havia tido um tiro na casa do Marcelo Cestari, procurei saber se era a filha dele, porque me falaram que tinha uma criança alvejada e no caminho que descobri que não era a filha", contou à imprensa ao deixar a delegacia para prestar depoimento, no dia quatro deste mês.

Fernando negou qualquer interferência na cena do crime e garantiu que não houve reunião com o delegado que atendia a ocorrência na noite do fato. Disse também que quando chegou na casa a equipe da perícia já havia saído e o corpo da vítima já havia sido retirado.
 
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