Imprimir

Imprimir Notícia

20/10/2020 às 18:49 | Atualizada: 20/10/2020 às 18:50

Coren confronta característica de estuprador passada por vítima no HMC

Camilla Zeni

O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) tem contestado a informação de que um enfermeiro do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) teria cometido um estupro contra uma paciente que estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

O caso aconteceu na madrugada de sábado (17) e veio à tona nessa segunda-feira (19). No fim do dia, o Coren se posicionou.

Em nota, a entidade afirmou que as características do suposto estuprador, que foram repassadas pela vítima, não condizem com os funcionários que estavam de plantão naquela madrugada. De acordo com o Coren, apenas dois homens estavam responsáveis pela UTI, sendo um médico e um enfermeiro. Contudo, “nenhum dos dois correspondendo à descrição feita pela vítima”.

Saiba mais - Mulher denuncia estupro dentro de UTI do Hospital Municipal de Cuiabá

“De acordo com informações veiculadas, o acusado do crime seria um homem alto, de cor negra, trajando uniforme verde. Mas os profissionais da enfermagem da UTI do hospital utilizam roupa branca e, na escala de serviço, só foram constatados dois homens, um médico e um enfermeiro, nenhum dos dois correspondendo à descrição feita pela vítima. As características veiculadas sobre o suposto agressor não condizem com a equipe plantonista”, diz trecho da nota.

O Coren fez questão de frisar, contudo, que é solidário à vítima e que não nega a possibilidade do ocorrido, mas que “reivindica o direito ao benefício da dúvida”. Apesar da alegação do Conselho, as informações que foram veiculadas pela imprensa a respeito do caso estão pautadas por boletim de ocorrência registrado a partir do relato da vítima.

Abaixo, confira a nota do Coren:

A respeito do estupro supostamente cometido por um enfermeiro contra uma paciente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), o Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) reivindica direito de resposta à imprensa e informa que:
– Uma equipe de fiscalização do Coren-MT esteve na unidade de saúde nesta segunda-feira (19), onde foi feito contato com a gestão do hospital, colhendo informações que contradizem a tese de envolvimento da enfermagem no caso.
– De acordo com informações veiculadas, o acusado do crime seria um homem alto, de cor negra, trajando uniforme verde. Mas os profissionais da enfermagem da UTI do hospital utilizam roupa branca e, na escala de serviço, só foram constatados dois homens, um médico e um enfermeiro, nenhum dos dois correspondendo à descrição feita pela vítima.
As características veiculadas sobre o suposto agressor não condizem com a equipe plantonista.
– IMPORTANTE: O Coren-MT não nega a possibilidade do ocorrido, porém reivindica o direto ao benefício da dúvida, já que tais situações são recorrentes no Brasil, mas nem sempre estão relacionadas à equipe de enfermagem.
– Somos solidários à condição da mulher, vulnerável, e ainda mais vulnerabilizada na situação de internação, e a proteção que a própria instituição deveria conferir às mulheres internadas e em risco de violência.
– Como representantes da profissão, salientamos o fato de que a imprensa não deu à classe o benefício da dúvida, colocando em suas notícias que o estupro teria sido cometido por enfermeiro, sendo que a equipe de saúde de uma UTI conta com diversos profissionais de saúde.
– O Conselho acompanhará as investigações sobre o caso e fará uma investigação própria, diante da importância do episódio, tomando as medidas cabíveis caso o crime seja comprovado.
CONSELHEIROS DO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE MATO GROSSO
 
 Imprimir