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14/01/2021 às 15:28 | Atualizada: 14/01/2021 às 15:28

Secretário critica declarações antivacina de Bolsonaro às vésperas de liberação

Camilla Zeni

Secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, criticou os últimos posicionamentos do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), a respeito da eficácia da vacina CoronaVac, produzida contra a covid-19. 

Para o gestor, que é vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a prática do negacionismo da vacina, ainda mais nesse momento em que as distribuições de doses se aproximam, “certamente não contribui”. 

“Qualquer negacionismo nesse momento de vacinação não ajuda. Infelizmente tem aqueles que entendem que vacina não é bom, e nós não entendemos isso como uma fala que ajuda, que contribui. A própria vacina da gripe não tem 100% de eficácia. Então, fazer falas que podem imputar a população a deixar de se imunizar, acho que, nesse momento, não nos ajuda”, criticou o secretário, em conversa com a imprensa nessa quarta-feira (13).

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Nessa semana, após apresentação de novos dados referente a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, Bolsonaro questionou a apoiadores se seria “uma boa” a vacina, que teve eficácia comprovada em 50,3%, segundo divulgado pelo instituto. 

Ainda em tom irônico, o presidente acrescentou que passou os últimos quatro meses “apanhando” por ser contrário à vacinação obrigatória e afirmou que “agora estão vendo a verdade”, dando a entender que a vacinação, ainda que com 50,3% de eficácia, não seria uma boa escolha. 

Conforme Gilberto, apesar da ironia do presidente, toda vacina que tem eficácia acima de 50% é “excelente de ser utilizada”, segundo padrões internacionais.

“Na própria CoronaVac,100% daqueles que foram testados não ficaram em estado grave, precisaram de UTI ou vieram a óbito. E isso é muito importante. Só o fato de 100% dos vacinados não terem chegado a uma fase grave já é uma maravilha. E isso é a fala de alguém que acabou de passar por um problema crítico”, avaliou o gestor. 

Enquanto Bolsonaro decretou sigilo de 100 anos no cartão de vacinação de Bolsonaro, Gilberto ainda fez questão afirmar que vai se vacinar já no primeiro grupo disponível. Além de ter mais de 60 anos, Gilberto também é profissional da Saúde e diabético. Ele chegou a ser acometido com a covid-19 e passou cerca de 40 dias afastado no fim do ano, para tratamento de complicações decorrentes do vírus.
 
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