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27/01/2021 às 19:16 | Atualizada: 27/01/2021 às 19:18

Sintep repudia discriminação a professor orientado a esconder barba, brinco e tatuagens

Eduarda Fernandes

O Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) repudiou a discriminação sofrida pelo professor de Educação Física, Gibran Freitas, ocorrida na segunda-feira (25), no município de Barra do Barças. Durante a contagem de pontos para definir em qual escola poderia lecionar este ano, Gibran ouviu de um assessor pedagógico, diante de várias pessoas, que deveria passar por uma “readequação” e raspar a barba, tirar o brinco e esconder as tatuagens.

A fala foi proferida após Gibran, que é servidor concursado do Estado há 11 anos, ser lotado para a escola militar Tiradentes, antiga Escola Estadual São João Batista.

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Em vídeo divulgado nessa terça (26), Gibran ressalta que não foi divulgado um edital à parte informando que a escola seria regida pelo regime militar, nem que para lecionar naquela unidade seria necessário seguir normas de vestimenta.

“Não prestei concurso para ser policial militar. Sou um educador e apesar de todo o respeito que tenho pelas forças de segurança, a escola não é local para se aplicar às mesmas regras que regem o militarismo. A escola é um lugar que precisa resguardar a pluralidade e diversidade dos indivíduos, e acima de tudo, lugar onde prevaleça a democracia. Ouvir que eu não poderia ter a minha identidade respeitada, na frente de todos, me deixou totalmente sem reação”, lembra o educador.

Em nota publicada nesta quarta (27), o Sintep declarou que a atitude do assessor pedagógico desrespeita a dignidade humana e demonstra a intolerância. “Intolerância esta, que está sendo propagada para dentro das nossas unidades escolares por meio da entrega da gestão das nossas escolas públicas para as forças de segurança (polícia militar, polícia rodoviária federal e Corpo de Bombeiros)”.

Neste contexto, o sindicato também manifestou repúdio à militarização das escolas públicas de Mato Grosso. “Um processo que ocorre por meios truculentos, antidemocráticos, envolvendo a secretaria de educação (Seduc), Prefeitos, Vereadores e os comandos das polícias militar, Rodoviária Federal e Corpo de bombeiros, para implantar nas escolas civis públicas a chamada ‘metodologia de ensino’ dos colégios da Polícia Militar em favor de implementação das chamadas escolas cívico-militares”, segue a nota.


 
 
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