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11/02/2021 às 08:02

Dilemário vê politicagem em Emanuel por defender plebiscito

Eduarda Fernandes

Para o vereador Dilemário Alencar (Podemos), não passa de politicagem a insistência de Emanuel Pinheiro (MDB), prefeito de Cuiabá, para que seja feito um plebiscito sobre a troca do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) por Ônibus de Transporte Rápido (BRT). A ideia foi levantada pelo filho do gestor, o deputado federal Emanuelzinho Neto (PTB), em audiência realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), cujo objetivo era justamente debater a troca do modal.

“Eu vejo a proposta do plebiscito como um gesto de politicagem. Veja, lá no passado, por que não pediram plebiscito? Principalmente quando definiu-se a troca do modal. O modal apresentado para a população era o BRT, aí de repente alguns bacanas da política viajaram para a Europa e trouxeram a ideia de mudar para VLT. Por que não propuseram o plebiscito naquela época?”, questiona, em entrevista ao Leiagora.

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Segundo o parlamentar, a principal debate que deveria ser feito no momento é no sentido de recuperar o prejuízo financeiro que as obras inacabadas geraram. “O que a população quer é isso. Porque se devolver o que foi roubado do VLT, certamente a gente teria um modal de transporte mais decente para Cuiabá, mais moderno, seja VLT ou BRT”, observa.

O que Dilemário critica é o fato de os vagões estarem parados há anos, abandonados ao relento, sem serventia para a população e ainda onerando os cofres públicos. “Não vejo que aquilo que nasceu da corrupção possa dar certo. Infelizmente, essa conta a população vai acabar pagando por erros dos políticos que, na época, fecharam os olhos, não fiscalizaram e agora estão pagando de defensores heróis do VLT”, alfineta.

Além disso, o parlamentar defende o debate sobre o subsídio estadual ou municipal da passagem, que sem isso encarecerá o valor da tarifa, caso ao final de toda a discussão o VLT seja escolhido novamente.

Entenda
Após Emanuelzinho levantar a bola do plebiscito, Emanuel não só “cortou”, mas agarrou essa bola e aposta nisso para solucionar de vez o impasse. Na verdade, o impasse é unilateral, uma vez que o Governo do Estado já bateu o martelo sobre a troca do modal e não parece dar atenção à articulação de Emanuel.

O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Eduardo Botelho (DEM), avaliou que não poderá impedir a realização de um plebiscito, mas teme que isso atrase ainda mais as obras.

O Parlamento estadual já recebeu três pedidos de plebiscito, ou seja, de consulta pública com a sociedade acerca de um tema específico. Desses três, dois foram relacionados à implantação do VLT na região metropolitana de Cuiabá.
 
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