O palco está armado. Isto porque, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), está longe de desistir de ser um calo no sapato do governador Mauro Mendes (DEM), principalmente se o assunto for a mudança do modal de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para o BRT (corredor de ônibus).
Para incomodar ainda mais, ele agendou para esta segunda-feira (8) uma audiência do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social do Vale do Rio Cuiabá, que reúne 13 municípios, para debater esta questão do transporte e ainda vai buscar o apoio do prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (MDB), para a realização de um plebiscito sobre o assunto.
“Segunda-feira eu presido a primeira reunião do consórcio municipal e vamos tratar dessa questão do VLT também, está na pauta. Quero poder conversar com o prefeito Kalil para poder alinhar esse discurso”, explicou.
Emanuel defende a realização de um plebiscito para que a população de Cuiabá e Várzea Grande possam participar da escolha entre a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ou Bus Rapid Transit (BRT). Para ele, a criação de uma votação, no prazo de 90 dias, é o melhor caminho para definição sobre qual o melhor modal a ser implantado nas duas cidades.
O encontro ocorrerá na Câmara Municipal de Santo Antônio do Leverger. Emanuel tenta na justiça reverter a decisão do governo em implantar o BRT e alega que os municípios envolvidos - Cuiabá e Várzea Grande - precisariam ser ouvidos. Por outro lado, o prefeito aproveita que assumiu à presidência do consórcio para também ganhar apoio dos demais gestores e ganhar mais holofote no debate.
Além dessa reunião em Santo Antônio, Emanuel disse que vai a Brasília esta semana para discutir o assunto com o governo Federal.
Por outro lado, o governo estadual bate na tecla que os estudos apontam a vantagem do BRT, lembrar dos escândalos de corrupção envolvendo o VLT, inclusive, com a confissão dos envolvidos e beneficiados no esquema, e claro, a cena de Emanuel colocando dinheiro no paletó mais uma vez volta ao debate, já que é associada ao recebimento de propina por parte de Silval Barbosa, governador que confessou ter pago aos deputados para fazer vista grossa à corrupção com relação às obras da Copa do Mundo.